metropoles.com

Polêmica: saiba como funcionam as leis de aborto mundo afora

Atualmente, no Brasil, o aborto é legal em apenas três circunstâncias. Saiba como funciona a legislação em outros países

atualizado

Compartilhar notícia

Buda Mendes/Getty Images
Imagem colorida de mulher em protesto a favor da legalização do aborto - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de mulher em protesto a favor da legalização do aborto - Metrópoles - Foto: Buda Mendes/Getty Images

O debate relativo ao aborto no Brasil ganhou atenção de toda a sociedade civil a partir da aprovação, pela Câmara dos Deputados, da urgência do Projeto de Lei (PL) nº 1.904/2024, que busca equiparar o aborto ao homicídio. Diante desse cenário, percebe-se como a legislação brasileira sobre o tema é muito diferente daquelas de outras potências mundiais, as quais permitem o aborto do feto de acordo com o número de semanas da gestação.

Atualmente, no Brasil, o aborto é legal em apenas três circunstâncias: em caso de anencefalia fetal, ou seja, má-formação do cérebro do feto; gravidez que coloca em risco a vida da gestante; e gravidez resultante de estupro.

O PL que tramita na Câmara, caso aprovado, alterará o Código Penal, ao estabelecer que mulheres cujo feto tenha mais de 22 semanas e que provoquem o aborto em si mesmas, ou permitam que outra pessoa o faça, sejam sujeitas a pena de 6 a 20 anos de prisão.

Segundo a proposta, a mulher só poderá interromper a gravidez até a 22ª semana; depois desse período, mesmo em casos de estupro, o aborto será considerado crime.

Após grande comoção social, a votação foi adiada para o próximo semestre pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A legislação sobre aborto nos países do primeiro mundo, em sua maioria, é bem mais progressista que a brasileira, principalmente na Europa.

Alemanha

O aborto é ilegal na Alemanha, porém não gera punições à gestante se realizado sob certas condições. Na prática, é possível interromper a gravidez nas primeiras 12 semanas de gestação. De acordo com o parágrafo 218 do Código Penal, uma mulher que aborta infringiu uma lei e “será punida com pena de prisão de até três anos ou multa”, porém, há exceções, e elas estão previstas no parágrafo 218a.

A exceção mais utilizada é a regra do aconselhamento, quando o aborto acontece por vontade da gestante. Nesses casos, o aborto é possível se for feito até 12 semanas após a concepção e se a gestante comprovar que passou por uma sessão de aconselhamento. O aspecto mais importante é que a decisão a favor ou contra o aborto deve sempre ser da mulher grávida.

Arábia Saudita

Conhecida pelas leis mais restritivas em relação às mulheres, a Arábia Saudita é um dos países que tem a legislação mais próxima da brasileira.

A lei geral da Arábia Saudita permite que a gravidez que represente risco à saúde da mãe seja interrompida. Inclusive, algumas decisões judiciais incluem ameaças à saúde mental da gestante como fator permissivo para o aborto.

Estados Unidos 

Atualmente, a legislação do aborto nos Estados Unidos é realizada por cada um dos estados.

Desde 1973, a Suprema Corte norte-americana concedeu às mulheres dos Estados Unidos o direito ao aborto até a 24ª semana de gravidez, mas essa realidade mudou em 24 de junho de 2022, quando o tribunal, à época de maioria conservadora, revogou essa decisão e devolveu aos 50 estados do país a jurisdição sobre a questão.

França 

O aborto é legalizado na França até 16 semanas desde 1975. O país legalizou a prática após uma campanha realizada pelas mulheres, que chegou ao seu apogeu em 1971, quando uma petição foi assinada por 343 mulheres em todo o país e forçou o Parlamento a debater a legislação sobre o tema.

Japão

O aborto é legal no Japão desde 1948, até 22 semanas de gestação, mas geralmente requer o consentimento do cônjuge ou do companheiro. O procedimento cirúrgico era, até agora, a única opção disponível.

México

Em 2023, a Suprema Corte do México legalizou o aborto até 12 semanas em todo país. A legislação anterior era muito similar à brasileira, ou seja, a interrupção da gravidez era permitida em casos de estupro, malformações do feto ou risco para a mãe.

No entanto, a decisão não invalida automaticamente as leis estaduais que ainda criminalizam o aborto, porém permite que os juízes de todas as instâncias precisem seguir a jurisprudência nos casos que cheguem à Justiça.

Reino Unido 

A regra geral para o aborto no Reino Unido é a seguinte: é possível realizá-lo até 24 semanas do feto. Na Irlanda do Norte, é necessário justificar o ato, por razões sociais, médicas ou econômicas. Após esse período, o aborto é legal apenas em casos de risco para a vida da mãe, risco de grave e permanente doença para a mãe, e risco de malformação do feto. A Irlanda do Norte segue essa regra.

Na Inglaterra, Escócia e País de Gales, o aborto é legal desde 1967 e não é necessário apresentar justificativas para realizá-lo.

Rússia 

A Rússia foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto, em 1920. A prática foi legalizada na então União Soviética até a 12ª semana de gravidez.

Apesar do caráter progressista da decisão, o governo de Vladimir Putin implementa medidas coercitivas. Em 2023, o ministro da Saúde, Mikhail Murashko, propôs limitar a venda da pílula do dia seguinte em farmácias e proibir abortos em clínicas particulares, deixando o procedimento sob a responsabilidade de centros médicos controlados pelo Estado.

7 imagens
Protesto contra o aborto Brasil
Protesto contra o aborto França
Protesto contra o aborto Alemanha
Protesto contra o aborto Rússia
Protesto contra o aborto México
1 de 7

Entenda como funciona as leis de aborto pelos países do mundo

Arte/Metrópoles
2 de 7

Protesto contra o aborto Brasil

3 de 7

Protesto contra o aborto França

Adnan Farzat/Getty Images
4 de 7

Protesto contra o aborto Alemanha

Michal Fludra/NurPhoto via Getty Images
5 de 7

Protesto contra o aborto Rússia

Sebastian Gollnow/Getty Images
6 de 7

Protesto contra o aborto México

Gerardo Vieyra/NurPhoto via Getty Images
7 de 7

Protesto contra o aborto Reino Unido

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?