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Plano de paz proposto por China e Brasil não é concreto, diz Zelensky

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a iniciativa de paz para o seu país, proposta há alguns meses pela China e pelo Brasil

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1 de 1 presidente da ucrania volodymyr zelensky sentado em mesa fazendo discurso - metrópoles - Foto: Reprodução

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a iniciativa de paz para o seu país, proposta há alguns meses pela China e pelo Brasil, considerando que não se trata de um “plano concreto”. O líder ucraniano fez uma série de declarações sobre o conflito iniciado pela Rússia, às vésperas de viajar para os Estados Unidos, onde irá participar da Assembleia Geral da ONU, na semana que vem, e de vários eventos paralelos em Nova York e Washington.

A China e o Brasil declararam em maio “apoiar uma conferência internacional de paz, a ser realizada em um momento apropriado, reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia, com participação igual de todas as partes relevantes, bem como uma discussão justa de todos os planos de paz”. Entretanto, Zelensky criticou essa iniciativa. “Não acredito que este seja um plano concreto, pois não vejo ações ou etapas específicas, mas apenas uma certa generalização de procedimentos”, disse o presidente ucraniano à imprensa na noite de sexta-feira, em declarações embargadas até a manhã deste sábado (21). “Uma generalização sempre esconde alguma coisa”, acrescentou. Anteriormente, Zelensky já tinha criticado a abordagem do presidente Lula em relação ao conflito.

A colaboração estratégica entre China e Rússia foi reforçada desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022. Segundo os Estados Unidos, a China ajuda Moscou a aumentar sua produção de mísseis, drones e tanques, mas não exporta armas diretamente, apenas componentes. Zelensky também afirmou que se opõe à possibilidade de fazer uma “pausa” no conflito, porque o que é necessário é uma paz “estável”.

O presidente ucraniano irá participar da Assembleia Geral da ONU, que será aberta na terça-feira em Nova York. Atualmente, ele pressiona os Estados Unidos e o Reino Unido a autorizar o Exército ucraniano a utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia. Mas reconheceu que os aliados têm medo de uma escalada.

O presidente dos EUA, Joe Biden, teme a reação de Moscou. O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu que uma decisão nesse sentido equivaleria “aos países da Otan [estarem] em guerra contra a Rússia”.

Zelensky insiste que é necessária uma decisão rápida, enquanto a Rússia “transfere” seus aviões para bases mais distantes.

A utilização de mísseis de longo alcance faz parte de um plano para acabar com a guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022. Zelensky apresentará este plano a Biden durante a visita aos Estados Unidos na próxima semana. O presidente americano “ainda pode fortalecer a Ucrânia e tomar decisões importantes” antes do final da sua presidência, garantiu Zelensky.

Encontros com Harris e Trump

Este plano também será apresentado a Kamala Harris, vice-presidente e candidata democrata, e a Donald Trump, ex-presidente e candidato republicano nas eleições de 5 de novembro. Depois disso, será “aberto a todos”, declarou Zelensky, sugerindo que a estratégia será tornada pública. O presidente ucraniano afirmou que aproveitaria sua viagem aos Estados Unidos para “falar ao Congresso americano” porque precisa do seu “apoio”.

A Ucrânia é altamente dependente da ajuda ocidental, especialmente dos Estados Unidos. As eleições de 5 de novembro suscitam sérias preocupações, uma vez que qualquer mudança política poderá ter consequências significativas no conflito.

Zelensky indicou que provavelmente se reuniria em 26 ou 27 de setembro com Donald Trump, que criticou fortemente a ajuda de bilhões de dólares de seu país à Ucrânia. Esta ajuda “acelerou” no início de setembro, comemorou Zelensky, cujo Exército, com menos soldados e armas, tem dificuldade em conter o avanço das tropas russas no leste do país. Porém, considerou que a entrega da ajuda deveria ser mais rápida.

Atrasos neste apoio ocidental, devido a divisões políticas, deixaram o Exército ucraniano com falta de munições e armas no início do ano.

Leia mais reportagens como essa no RFI, parceiro do Metrópoles.

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