PF e Interpol entram no caso de estudante desaparecido na Argentina
Segundo Rovênia Amorim, mãe de Matheus, dois parentes vão viajar para o país nos próximos dias a fim de acompanhar as buscas pelo rapaz
atualizado
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A Polícia Federal e a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) entraram no caso do estudante da Universidade de Brasília (UnB) Matheus Amorim, 20 anos. A informação foi confirmada ao Metrópoles na noite desta quarta-feira (22/2) pela mãe do jovem, a jornalista Rovênia Amorim. O rapaz brasiliense está desaparecido desde 10 de fevereiro, após fazer contato com a família. Na ocasião, ele disse que iria meditar em uma montanha da cidade argentina de San Luís, que fica entre Mendoza e Córdoba.
A preocupação maior se deve ao fato de que o jovem já deveria ter voltado ao Brasil, pois tinha passagem marcada de Florianópolis para Brasília no dia 15 de fevereiro.Rovênia contou à reportagem que dois parentes vão à Argentina nos próximos dias acompanhar as buscas pelo garoto. “Estou muito nervosa. É tudo muito difícil e estou longe, com duas filhas. Tenho de ser forte por elas. Meu marido vai para a Argentina”, desabafou a mulher, que atualmente mora com a família em Portugal, onde faz doutorado.
Além da Polícia Federal e da Interpol, o Itamaraty está acompanhado o caso. Por meio de nota enviada à reportagem, o Ministério das Relações Exteriores disse que “o Consulado-Geral do Brasil em Mendoza segue em contato com a família do jovem Matheus e, também, com as autoridades argentinas, no intuito de tentar localizá-lo. Até o momento, Matheus não foi encontrado”.
Anteriormente, a mãe de Matheus foi quem fez o primeiro contato com o Itamaraty, solicitando ajuda para encontrar o filho.
Confira carta enviada pela família:
“Ao exmo. sr. vice-cônsul William Fernandes Matos,
O estudante universitário Matheus Amorim Lopes, 20 anos, está sem dar notícias para a família desde o dia 10 de fevereiro. O último contato foi feito, via Messenger do Facebook, às 15h48. Ele disse estar em San Luis, Argentina, a caminho de uma montanha. Ele acessou a internet utilizando o aparelho de um “colega”.
Não temos informação de quem seja, uma vez que viajou sozinho. Matheus frequenta o curso de história, na Universidade de Brasília (UnB). Ele saiu de Brasília no dia 1º de fevereiro, embarcou de avião rumo a Florianópolis. Ficou lá dois dias e dia 3 de fevereiro seguiu viagem, sozinho, de ônibus, para a América do Sul. Passou por Punta Del Este e Colônia do Sacramento, no Uruguai.
Não sei que trajeto fez para chegar a San Luis, na Argentina. Não temos certeza se passou por Mendoza. Não sabemos se passou por Buenos Aires. Viajou com mochila e cerca de R$ 2.000,00. Estava com identidade e sem passaporte. A ideia dele era seguir para o Chile. Não sabemos se há registro dele de entrada nesse país.
A família toda está muito preocupada e pedimos ajuda para quaisquer informações.
Cordialmente,
Rovênia Amorim Borges”
Post no Facebook
O padrasto do rapaz, Luiz Roberto Fernandes, publicou um post no Facebook para informar parentes e amigos sobre o que havia ocorreido e como estava o andamento das investigações.
Quem tiver notícias de Matheus pode acessar a família nos seguintes contatos:
Luis Carlos Bezerra Lopes (pai) – celular: (61) 99310-1695
Rovênia Amorim Borges (mãe) – e-mail: roveniaa@gmail.com
Gracileth Coutinho: (61) 3368-3117 ou (61) 99955-5131
Em 2012, o estudante brasiliense Artur Paschoali desapareceu no Peru, onde morava. Ele trabalhava em um restaurante perto de Machu Picchu. Em 21 de dezembro daquele ano, saiu pela região para, segundo teria informado aos amigos, fazer fotos. Desde então, ninguém mais teve notícias sobre o paradeiro do jovem.
Os pais de Artur chegaram a contratar investigadores particulares para ajudarem nas buscas. Na época, eles levantaram a hipótese de que o jovem estaria em uma tribo, na cidade de Atalaya, submetido a trabalho escravo. O pai do brasiliense foi até o local, mas não localizou o filho.
Em agosto do ano passado, depois de a família do jovem conseguir que a polícia peruana investigasse o caso como crime e não desaparecimento, investigadores encontraram vestígios de sangue na casa do dono do bar que o brasiliense trabalhou antes de sumir. A suspeita era que o material fosse de Artur. Com a hipótese descartada, posteriormente, a família acredita que o brasiliense esteja vivo.