Pesquisa mostra que estratégia de Macron pode falhar na França
Pesquisa mostra partido de Marine Le Pen liderando intenções de voto após Macron dissolver Parlamento e convocar novas eleições
atualizado
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Um dia após Emmanuel Macron dissolver o Parlamento da França e convocar novas eleições no país, uma pesquisa de opinião divulgada nessa segunda-feira (10/6) aponta que o partido do atual presidente francês pode sair derrotado no pleito marcado para 30 de junho e 7 de julho.
Analistas ouvidos pelo Metrópoles enxergaram no movimento de Macron como uma tentativa de dobrar a aposta após o partido de Marine Le Pen, o Reunião Nacional, se sair vitorioso na eleições do Parlamento da União Europeia.
“Ao fazer isso, o Macron, dobra a posta. E fala, ‘ok, nós vamos aumentar as concessões, vamos trazer os partidos de centro e de esquerda. A gente tem o Mélenchon, que foi o principal candidato da esquerda francesa nas últimas eleições, traz eles mais para próximo, tenta dobrar essa aposta e tomar novamente o poder dentro do Parlamento francês”, explica o consultor de política internacional Vito Villar.
apVeja a íntegra do pronunciamento de Emmanuel Macron dissolvendo o Parlamento e convocando novas eleições.
“Esta decisão é muito pesada, mas é, acima de tudo, um ato de confiança”, disse o presidente francês após expressar preocupação com o que classificou como “avanço da… pic.twitter.com/nzXL2qQFxc
— Metrópoles (@Metropoles) June 9, 2024
Contudo, os números do serviço de pesquisas Toluna Harris Interactive for Challenges mostra o partido do extrema direita de Le Pen liderando as intenções de voto, com 34% dos eleitores preferindo a sigla de extrema-direita. Já o partido governista de Emmanuel Macron ficou com 19% dos votos.
A projeção aponta que a aliança liderada pelo partido de Macron perderia cerca de metade das cadeiras no legislativo francês, indo das 250 atuais para um número entre 125 e 155. Já o Reunião Nacional, de Marine Le Pen, saltaria de 88 parlamentares na Assembleia Nacional para algo entre 235 e 265.
Apesar do número, Le Pen ainda não alcançaria os 289 parlamentares eleitos para ter a maioria no Parlamento necessária para a escolha do novo primeiro-ministro do país.
Ao todo, o levantamento on-line entrevistou 2.744 pessoas e tem margem de erro entre 1,4 e 2,5 pontos, para mais ou para menos.