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Pela 1ª vez em quase 90 anos, toupeira-dourada é encontrada na África

Para encontrar a toupeira-dourada, equipe de pesquisadores usou cão farejador e técnica chamada análise ambiental de DNA

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Imagem colorida mostra toupeira-dourada De Winton - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra toupeira-dourada De Winton - Metrópoles - Foto: Reprodução/JP Le Roux

Pesquisadores da Universidade de Pretória (África do Sul) e do Endangered Wildlife Trust (EWT) — organização sul-africana sem fins lucrativos — fizeram uma descoberta nas dunas da costa noroeste do país. Pela primeira vez em quase 90 anos, cientistas avistaram a toupeira-dourada De Winton (Cryptochloris wintoni).

O esquivo animalzinho vive a maior parte do tempo no subsolo, onde navega com uso de vibração e som, por ser cego. Por isso, é difícil encontrá-lo. A equipe usou cão farejador e técnica chamada análise ambiental de DNA.

No local de pesquisa, Port Nolloth, as chuvas intensas revelaram rastros de membros da mesma espécie e diversas tocas. A cadela da raça border-collie Jessie ficou encarregada de identificar o cheiro e rastreá-las. Porém, sem sucesso.

Isso levantou novas suspeitas entre os especialistas. Eles coletaram porções de areia para verificar a presença de DNA no ambiente. Esse método compara pele, excrementos, células etc. e sequências conhecidas de DNA de uma toupeira relacionadas a De Winton. As amostras não tinham compatibilidade e chamou ainda mais a atenção dos cientistas.

Outra equipe publicou uma análise de DNA de um espécime De Winton mantido no museu de Port Nolloth e permitiu que o EWT o utilizasse para comparar com as amostras originais.

A verificação com a nova referência atestou correspondência da amostra coletada com a da toupeira-dourada de Winton. Em nova visita à área, o EWT detectou uma possível comunidade e vestígios de outras espécies raras no subsolo, como a toupeira-dourada de Van Zyl (Cryptochloris zyli), não avistada há 18 anos.

A espécie De Winton é da 11ª de uma lista de 25 que estavam perdidas, mas foram encontradas pela ciência. O achado faz parte do projeto Re:wild, o qual confirmou espécies como o musaranho-elefante da Somália, a maior abelha do mundo na Indonésia e um camaleão em Madagascar.

O grupo chama a atenção para a proteção da região onde ocorreu a descoberta. Atualmente, o espaço está ameaçado pela expansão da extração de diamantes. O EWT espera que os dados obtidos ressaltem a importância da preservação do habitat De Winton e da diversidade no local.

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