Pavilhão Ucrânia recebe apoio na Expo 2020 Dubai: “Aguente firme”
Frequentadores da feira mundial deixam bilhetes para o país que sofre com a invasão russa, mesmo em um evento sem tom político
atualizado
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Enviada especial a Dubai – O mundo parou para acompanhar a guerra entre a Rússia, país comandando por Vladimir Putin, e a Ucrânia, de Volodymyr Zelensky. Em Dubai, não é diferente: com mais de 200 países participando da Expo 2020, o pavilhão da Ucrânia está recheado de mensagens de apoio aos povo daquele país, com bilhetes escritos por pessoas de todo o planeta.
Apesar do evento não ter relações com assuntos diplomáticos ou políticos, os frequentadores não se contiveram. “Sinto falta da minha família na Ucrânia #StopRussia”, dizia um dos recados pregados na parede do estande. “Eu quero que minha família na Ucrânia esteja segura”, completou outro.
Outros deixam claro a necessidade de todos se manifestarem sobre o tema. “Eu amo a Ucrânia. Aguente firme”, dizia o texto de uma italiana. “O povo grego está com você. Aguente firme, Ucrânia”, escreveu mais um.
De acordo com funcionários do estande ucraniano, os bilhetes começaram a ser colados em 26 de fevereiro, dois dias após Vladimir Putin autorizar a invasão militar na Ucrânia.
Já o pavilhão russo, que está a 10 minutos do seu inimigo político na exposição, conta com um “kit” Team Putin na loja de presentes. Camisas, bonés, casacos e mais mostram o apoio do povo russo ao presidente do país. Não se trata de provocação: antes mesmo da guerra, os produtos já eram vendidos.
“Expo não é palco de manifestação política”
Além das manifestações de visitantes, alguns pavilhões também mostraram apoio à Ucrânia durante a Expo 2020 Dubai. No dia da invasão russa ao país de Zelensky, em 24 de fevereiro, uma mensagem foi projetada no estande da Itália: “Italy with Ukraine (A Itália está com a Ucrânia, em tradução livre)”.
Veja:
Elias Martins Filho, comissário-geral do Brasil na Expo Dubai, ponderou que o evento não é local de político, já que foca em, exatamente, unir nações em prol do futuro.
“Você tem que escolher o palco para fazer sua apresentação. A exposição universal não é o palco para esse tipo de manifestação. Esse tipo de manifestação deve acontecer no palco como as Nações Unidas, que tem uma agenda voltada para essas questões. A exposição universal tem outra agenda, que é a aproximação dos povos”, afirmou, quando questionado pelo Metrópoles.
“A exposição universal não é fórum adequado para esse tipo de manifestação. Quem fez, cometeu um equívoco na minha avaliação”, finalizou.