metropoles.com

Partido de Maduro vence na Venezuela em eleição com 69% de abstenção

Em Caracas, filas para colocar gasolina eram maiores que as de eleitores nos centros de votação, o que abriu caminho para volta do chavismo.

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Redes Sociais
Niolás Maduro
1 de 1 Niolás Maduro - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O chavismo retomou o controle do parlamento da Venezuela neste domingo (06/12), ao vencer uma eleição legislativa boicotada por quase toda a oposição e caracterizada por uma abstenção de 69% e uma forte rejeição internacional. Em Caracas, as filas para colocar gasolina eram maiores que as de eleitores nos centros de votação, o que abriu caminho para que o chavismo retomasse o controle do Parlamento.

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Indira Alfonzo, indicou que a aliança do Grande Polo Patriótico, que apoia o presidente Nicolás Maduro, obteve 67,7% dos 5,2 milhões de votos apurados em um primeiro boletim, enquanto o setor de oposição que rompeu um boicote liderado por Juan Guaidó obteve 18%. Alfonzo não especificou quantos dos 277 assentos correspondem a cada sigla.

Durante todo o dia, os centros eleitorais de todo o país ficaram vazios. Maduro, que tem alta rejeição, transferiu o domicílio eleitoral para Forte Tiúna, em vez de votar em um bairro popular de Caracas, como aconteceu em anos anteriores. “A quantas anda a fraude de Maduro”, tuitou o líder opositor Juan Guaidó, postando uma imagem de uma seção eleitoral vazia.

No início da noite, a ausência de eleitores fez o governo atrasar em uma hora o fechamento das urnas. “Decidimos manter as os centros de votação abertos em razão das filas”, justificou Leonardo Morales, vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral.

O governo exaltou a votação como a “festa eleitoral” que marca uma virada na política venezuelana. A Assembleia Nacional vinha sendo controlada pela oposição, que surpreendeu o chavismo, em 2015, ao eleger a maioria dos deputados. Para não conviver com um Legislativo antagonista, Maduro criou uma Assembleia Constituinte, dominada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) – que deverá ser extinta assim que os novos deputados assumirem, no dia 5 de janeiro.

“Tivemos paciência e sabedoria para esperar o dia de tirar das nossas costas esta Assembleia Nacional nefasta, que trouxe a praga das sanções e do sofrimento”, disse Maduro, após votar.

Poder

Com o controle do Parlamento, Maduro ganha mais poder internacional para captar investimentos e tentar tirar o país da crise. Guaidó deixa de ser deputado e perde o pouco poder que ainda tinha, embora tenha dito hoje que se manterá como “presidente” do país.

O economista Victor Álvarez, ex-ministro de Indústrias do governo de Hugo Chávez, acredita que a nova Assembleia “muda o marco legal”. “É o primeiro passo para que as novas leis aprovadas tenham reconhecimento internacional”, afirmou, embora dificilmente a votação seja reconhecida pela maioria dos países ocidentais.

Álvarez diz que “um Estado sem os recursos da estatal petrolífera PDVSA e sem fundos para levantar a produção e a economia deve se abrir a investimentos privados”. Para ele, a participação privada pode incentivar privatizações na Bacia do Orinoco e em empresas que exploram outros recursos naturais, como ferro, ouro e diamante.

O analista Dimitris Pantoulas acredita que a eleição encerra ciclos importantes. “Um foi a derrota do chavismo, em 2015. O outro é o de Juan Guaidó, quando a oposição tinha legitimidade e reconhecimento internacional”, afirmou. Apesar da resistência de EUA e Europa, segundo Pantoulas, “Maduro passa a ter muito mais poder” com a legalidade da nova Assembleia.

“A dinastia de Maduro, com seu filho Nicolasito (Nicolás Maduro Guerra) e a mulher Cília Flores, reforça a figura presidencial. Com isso, os EUA têm de negociar diretamente com ele, e não através de terceiros. É provável que a relação com Washington, nos próximos anos, seja mais horizontal”, disse. / COM AGÊNCIAS

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?