Parlamento do Quênia é invadido por manifestantes e há confronto
Também foram incêndiados a Câmara Municipal de Nairobi e o gabinete do governador de Nairobi. A maça cerimonial também foi roubada
atualizado
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Em meio as duras manifestações que estão ocorrendo no Quênia contra o reforma fiscal encaminhada pelo governo do presidente William Ruto, nesta terça-feira (25/9) a Câmara Municipal de Nairobi e o gabinete do governador foram incendiados. A sede do Legislativo nacional foi invadida e a maça cerimonial, um bastão de metal símbolo de poder, foi roubada.
Milhares de pessoas invadiram a sede do Legislativo após o parlamento aprovar o polêmico o Projeto de Lei de Finanças 2024, o que fez com que os parlamentares fugissem e levou com que a polícia local realizasse uma repressão muito severa aos manifestantes. Mais de 300 pessoas foram presas, 200 ficaram feridas e 2 manifestantes foram mortos.
O projeto de lei proposto pelo governo pretende arrecadar 2,7 bilhões de dólares (R$ 14 bilhões) em impostos adicionais para reduzir o déficit orçamentário e o endividamento do Estado.
Durante a invasão, móveis, janelas e bandeiras foram quebradas. Os políticos que saíam do prédio eram acusados de “traídores”.
As manifestações tiveram início na semana passada e começaram de forma pacífica, porém conforme os dias foram passando, os atos de violência foram intensificados. As multidões avançavam contra barricadas e partiam para o confronto direto com os policiais.
Em meio ao caos generalizado, as forças armadas foram enviadas pelo presidente para controlar o movimento, porém só aumentaram a agressividade do processo. Segundo ONGs de Nairobi e as forças de segurança abriram fogo contra os manifestantes utilizando munições reais.
Em pronunciamento feito em coletiva de impresa, o presidente do Quênia, William Ruto afirmou que irá reprimir duramente o que nomeou de atos de “violência e anarquia”. Ele complementou dizendo que “vamos dar uma resposta completa, eficaz e imediata aos atos de traição”, afirmou em coletiva de imprensa, dizendo que os protestos foram “sequestrados por pessoas perigosas”.