Para comitê que apura invasão ao Capitólio, Trump violou leis federais
“Conspiração criminal”: documento aponta que Trump sabia que havia perdido as eleições, mas continuou tentando subverter resultado
atualizado
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O comitê que investiga o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, concluiu, nessa quarta-feira (2/3), que o ex-presidente norte-americano Donald Trump violou “múltiplas leis federais” na tentativa de obstruir a contagem de votos nas eleições de 2020 e de cometer fraude.
O comitê analisou diversos depoimentos de pessoas ligadas à campanha até o ex-vice-presidente Mike Pence. A conclusão foi de que, mesmo após ser informado várias vezes de que perdeu a eleição, Trump continuou a afirmar que a contagem de votos estava errada.
Além disso, o ex-presidente ainda teria feito com que sua equipe continuasse a propor estratégias para mudar o resultado.
O objetivo de revelar os documentos é fazer com que John Eastman, advogado que foi parte central da campanha para subverter o resultado da eleição, seja obrigado a entregar centenas de e-mails. Até então, o material estava em sigilo, uma vez que Eastman foi advogado de Trump. No entanto, sua participação nos crimes derruba esse privilégio.
Até o momento, Eastman entregou 8 mil páginas de e-mails enviados e recebidos entre 4 e 7 de janeiro de 2021. Outros 11 mil, entretanto, ainda estão sob sigilo.
O comitê ainda não entregou o relatório final, baseado em 650 entrevistas. As evidências até o momento para o grupo, no entanto, apontam que Trump sabia que havia perdido as eleições, mas que, “ainda assim, buscou usar o vice-presidente para manipular os resultados a seu favor”.
O documento diz que Trump interferiu no processo de certificação da vitória de Joe Biden, disseminou informações falsas sobre fraude na eleição e pressionou autoridades a alterar o resultado. E, há evidência de que Trump fez parte de uma conspiração com os invasores do Capitólio para perturbar a certificação da vitória de Biden, em 6 de janeiro.