Papa Francisco teme guerra e pede paz: “Cenário alarmante se abrindo”
Após terminar audiência no Vaticano, líder católico pediu “exame de consciência diante de Deus” para evitar conflito entre Rússia e Ucrânia
atualizado
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Após o término da audiência geral no Vaticano, o papa Francisco fez um apelo por paz ao comentar a crise geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia. Nesta quarta-feira (23/2), o líder católico admitiu que, na avaliação dele, apesar das negociações o risco de um conflito armado é cada vez maior.
“Tenho uma grande tristeza em meu coração com o agravamento da situação na Ucrânia. Apesar dos esforços diplomáticos das últimas semanas, cenários cada vez mais alarmantes estão se abrindo”, frisou.
Francisco foi categórico. “Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte. Gostaria de apelar aos responsáveis políticos para que façam um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra, o Pai de todos, não apenas de alguns, que quer que sejamos irmãos e não inimigos”, concluiu.
Crise em escalada
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.
Sanções a Putin
A comunidade internacional tenta isolar Putin com medidas econômicas. Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha já anunciaram medidas contra bancos e políticos russos.
Para a Otan e para a União Europeia existe o risco iminente de Putin invadir a Ucrânia. O temor aumentou após o reconhecimento de duas cidades separatistas como repúblicas independentes: Donetsk e Luhansk.