Papa Francisco recebe mãe de Marielle Franco
Marinette entregou ao papa uma camiseta com imagem da filha. Ele se mostrou preocupado assassinatos de defensores de direitos humanos
atualizado
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O papa Francisco recebeu na quinta-feira (2/8), no Vaticano, Marinette Silva, mãe da ativista brasileira Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro, em 14 de março deste ano. De acordo com a família, não foi o primeiro contato entre os dois. Dias após a morte, o pontífice ligou para Marinette, após receber uma carta da filha da vereadora do PSOL, Luyara.
O contato teria sido intermediado, conforme a mídia italiana, pelo ativista argentino Gustavo Vera e pelo jornalista argentino Lucas Schaerer, da ONG Alameda.
“Foi um encontro muito bonito e emocionante, apesar da dor que sinto”, disse Marinette, na Fundação Lelio and Lisli Basso, em Roma, onde ocorreu a reunião de ativistas do movimento pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também.
“Desejava muito esse encontro para dizer a ele pessoalmente o que vivo”, continuou a mãe de Marielle, segundo o “La Stampa”.
Católica fervorsa, ela destacou Francisco como um “líder” verdadeiro para o momento atual. Como se tratou de um ato privado do pontífice, assim como já havia ocorrido com o telefonema, não foram divulgadas informações pelo Vaticano.
Marinette ainda entregou ao papa uma camiseta com imagens da filha. Por sua vez, Francisco afirmou que vem acompanhando informações a respeito e vê com “preocupação” casos como o da ativista.
Investigação
Mais de quatro meses após o assassinato de Marielle e do seu motorista, Anderson Gomes, a polícia ainda investe na pista de que ela e seu motorista foram mortos por milicianos. Essa linha de investigação tem por base o depoimento de uma testemunha-chave que teria apontado como mandantes Curicica e o vereador Marcello Siciliano (PHS).
A suspeita é de que Marielle estaria contrariando interesses de ambos na zona oeste carioca.
A defesa de Curicica e de Siciliano nega que eles tenham qualquer relação com a morte da vereadora. E alega que a tal testemunha-chave é, na verdade, um desafeto dos dois.