Papa Francisco homenageia a beata brasileira Isabel Cristina
Após a oração do Angelus, papa Francisco lembrou da beatificação de Isabel Cristina e a colocou como “exemplo heroico”
atualizado
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O papa Francisco homenageou a beata brasileira Isabel Cristina após a oração do Angelus, no Vaticano, neste domingo (11/12). Ela foi beatificada no sábado, em cerimônia realizada em Barbacena (MG), pelo cardeal dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida.
“Ontem, em Barbacena, foi beatificada Isabel Cristina Mrad Campos. Esta jovem mulher foi morta em 1982 aos 20 anos de idade, em ódio à fé, por ter defendido sua dignidade como mulher e o valor da castidade”, discursou Francisco.
E pediu que o público presente na Santa Sé aplaudisse a brasileira. “Que seu exemplo heroico inspire especialmente os jovens a darem testemunho generoso de sua fé e de sua adesão ao Evangelho. Um aplauso à nova Beata!”.
No sábado, dom Raymundo Damasceno leu o ato de proclamação escrito pelo Papa Francisco: “[…] Fiel leiga, mártir, alegre testemunha da caridade evangeliza pelos enfermos por amor de Cristo até a efusão do sangue defendeu sua virgindade e dignidade seja invocada de agora em diante com o nome de Beata Isabel Cristina e possa ser celebrada no dia 01º de setembro, dia em que ela nasceu para o céu.”
Conheça a história de Isabel Cristina
Isabel Cristina foi morta a facadas aos 20 anos, em 1982, quando se defendeu de uma violência sexual. Um homem que montava um guarda-roupas em sua casa tentou estuprá-la, mas ela reagiu e acabou amarrada, amordaçada, esfaqueada 15 vezes e agredida até a morte.
A jovem se mudou com o irmão para Juiz de Fora para seguir o sonho de ser pediatra. Segundo a arquidiocese, ela tinha uma vida de oração, era dedicada à Igreja Católica e sonhava em ser médica para ajudar crianças carentes.
Desde então, a data de sua morte – 1º de setembro de 1982 – é comemorada como homenagem a ela, tida como mártir pelos fiéis. Seu túmulo, em Barbacena, se tornou ponto de encontro de fieis.
A solicitação para beatificação foi aceita por Roma em janeiro de 2001, e ela recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus. Durante o processo, autoridades da Igreja colheram depoimentos de quase 60 pessoas, além de reunir diversos documentos.
Após oito anos, foi encerrado o processo de beatificação de Isabel Cristina, na fase arquidiocesana, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Apenas em 2021, 13 anos depois, o Papa Francisco reconheceu o martírio da Serva de Deus, devido à maneira que foi morta e como lutou contra seu assassino.
Agora, a celebração solene formalizou a beatificação de Isabel, como forma de resposta contra o feminicídio. Seus restos mortais foram transportados da Capela dos Sagrados Corações de Jesus e Maria para o Canto do Te Deum neste domingo.