Papa Francisco diz que Ucrânia deveria ter “coragem” de negociar a paz
Em entrevista a emissora suíça e teve trechos liberados no sábado (9/3), o papa Francisco fala em “bandeira branca” por parte da Ucrânia
atualizado
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O papa Francisco afirmou que a Ucrânia deveria ter a coragem de negociar a paz com a Rússia. A declaração veio em uma entrevista à emissora suíça RSI, gravada em fevereiro e que teve trechos liberados no sábado (9/3).
Desde o início do conflito entre as duas nações, que começou após a invasão dos russos ao território ucraniano, o líder católico tem apelado constantemente à paz. Ele também já se ofereceu para servir como um mediador entre as duas nações.
Na entrevista, que será transmitida de forma completa somente em 20 de março, Francisco foi questionado sobre aqueles que pedem a rendição da Ucrânia, mesmo que isso legitime o agressor.
“Penso que o mais forte é aquele que olha para a situação, que pensa no povo, que tem a coragem da bandeira branca, para negociar”, disse, afirmando se tratar de uma interpretação e que os diálogos de paz precisam de mediadores internacionais.
Após a repercussão da entrevista, o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, veio a público para deixar claro que o argentino não era a favor ou tinha pedido a rendição da Ucrânia. A resposta tinha relação com um cessar-fogo e o sucesso de negociações.
“Sua esperança é uma solução diplomática para uma paz justa e duradoura”, apontou Bruni.
Papa Francisco cita a Turquia como mediadora
Apesar disso, outra declaração de Francisco se mostrou, no mínimo polêmica, ao sugerir que a Turquia poderia servir como solução diplomática.
“Quando você vê que está derrotado, que as coisas não estão indo bem, precisa ter a coragem de negociar. Você tem vergonha, mas com quantas mortes isso vai acabar? Negociar em tempo, procurar algum país para mediar. Hoje, por exemplo, na guerra na Ucrânia, há muitos que querem fazer a mediação. A Turquia se ofereceu para isso. E outros”, disse.
E concluiu: “Não tenha vergonha de negociar antes que as coisas piorem”.
O próprio Francisco se ofereceu para participar das negociações. Apesar disso, o próprio presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em visita à Turquia, descartou de ter Recep Tayyip Erdogan como mediador.
“Não vemos como podemos convidar pessoas que bloqueiam, destroem e matam tudo”, criticou Zelensky. Ele e seus diplomatas continuam a explicar que as conversações de paz devem ser realizadas com base na sua fórmula de 10 passos, e inclui a retirada total das tropas russas da Ucrânia. Moscou não cogita a proposta.