Papa Francisco dá paracetamol de presente para funcionários do Vaticano
A justificativa foi a de que o Hemisfério Norte está entrando no inverno, estação propícia para a propagação de gripes e resfriados
atualizado
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O papa Francisco deu um presente de Natal diferente aos funcionários do Vaticano este ano. Segundo a imprensa italiana, cada um recebeu cinco caixas de paracetamol. A informação foi confirmada pelo padre Anthony Currer, do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Segundo o jornal Il Messagero, a sugestão veio do cardeal Konrad Krajewski, um dos conselheiros mais próximos do papa. A justificativa foi a de que o Hemisfério Norte está entrando no inverno, estação propícia para a propagação de gripes e resfriados.
Além disso, muitos funcionários têm famílias que sofreram com a crise financeira por causa da pandemia do coronavírus, e o presente seria uma forma de diminuir os gastos com remédios básicos.
As primeiras caixas da medicação já começaram a chegar. Acima dos pacotes, um anúncio resumia a iniciativa de Natal: “Presente do Santo Padre para os funcionários do Vaticano”. Além da especificação numérica: “Cinco pacotes por funcionário”.
O presente foi recebido com simpatia e otimismo pelos trabalhadores.
Crise no Vaticano
Nesses meses de grave crise econômica devido à Covid-19, a estrutura do Vaticano está fazendo malabarismos para manter os empregos intactos e salários, apesar dos bloqueios por causa do lockdown, do colapso do turismo e da inatividade de muitos setores.
As ofertas caíram muito, assim como houve redução drástica e importante nas receitas vinculadas aos museus do Vaticano, sua principal fonte de receita. Esses espaços foram fechados novamente, em sintonia com as disposições anunciadas pelo governo italiano.
Na semana passada, o governo notificou a todos os funcionários que, para lidar com a emergência sanitária, as atividades do museu estariam fechadas até meados de janeiro, desferindo outro duro golpe nas finanças da Santa Sé. Porém, para cortar pessoal – que é o maior custo –, o papa Francisco é intransigente. Ele continua a repetir aos cardeais que fazem parte do Conselho que o ajuda a reescrever a reforma da Cúria que os empregos devem permanecer intactos.
O orçamento de 2020 foi aprovado com prejuízo de 53 milhões de euros. A situação econômica não é positiva, mas o novo prefeito da Secretaria de Economia, padre Juan Antonio Guerrero Alves, reduziu os temores: “O Vaticano não corre o risco de inadimplência”.
Entretanto, aproxima-se o Natal. No Angelus do último domingo (6/12), Francisco recordou que tanto a árvore como o presépio – numa espécie de igualdade de condições – são símbolos importantes, “mesmo em tempos sombrios como estes, porque nos levam a refletir sobre a necessidade de uma conversão de vida, mais voltada para os outros, menos apegada ao dinheiro e à lógica do ‘mundanismo'”.