Papa faz apelo à Venezuela após eleição: “Busquem a verdade”
Pontífice pediu a todas as partes “moderação”, diálogo e que coloquem o “verdadeiro bem da população” acima de “interesses partidários”
atualizado
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Após o presidente venezuelano Nicolás Maduro declarar-se reeleito por maioria dos votos em um pleito amplamente contestado pela oposição e por parte da comunidade internacional, o papa Francisco pediu à Venezuela neste domingo (4/8) que “busque a verdade” e evite a violência.
“Faço um apelo genuíno a todas as partes para que busquem a verdade, ajam com moderação, evitem qualquer tipo de violência, resolvam as controvérsias através do diálogo e mantenham nos corações o verdadeiro bem da população, e não interesses partidários”, disse o pontífice de 87 anos à multidão reunida na Praça São Pedro, no Vaticano.
Passada uma semana desde a eleição, realizada em 28 de julho, Caracas ainda não publicou todas as atas eleitorais. O procedimento permitiria o escrutínio das contagens.
A oposição, que com a ajuda de voluntários reuniu boletins de urna de forma independente, afirma que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, venceu com 67% dos votos. Já o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo regime chavista, alega que Maduro venceu com 51% dos votos contra 44% do opositor.
Maduro tem ignorado apelos internacionais e se recusa a divulgar atas eleitorais
Países latino-americanos – inclusive aqueles chefiados por governos de esquerda, como Chile, Colômbia, Brasil e México – têm até agora cobrado em vão a transparência de Maduro, que está no poder há 11 anos e quer mantê-lo por mais seis.
No sábado (3/8), em comunicado conjunto, Alemanha, França, Itália, Polônia, Holanda, Espanha e Portugal juntaram-se ao coro e cobraram a divulgação detalhada e integral dos resultados eleitorais.
Protestos na Venezuela que eclodiram após Maduro se autoproclamar reeleito já deixaram ao menos 11 mortos, segundo denunciam organizações de direitos humanos.
Até agora, sete países reconheceram a vitória do candidato da oposição: Peru, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica e Panamá.
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