Papa envia representante à Rússia para negociar paz na Ucrânia
Arcebispo Zuppi viajará para a Rússia para negociar fim do conflito. No início do mês, ele discutiu propostas de paz com o presidente Lula
atualizado
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O papa Francisco enviará, como representante, o cardeal italiano Matteo Maria Zuppi para uma visita à Rússia, com objetivo de abrir caminhos para uma negociação de paz na guerra contra a Ucrânia. A informação foi confirmada pela Santa Sé, nesta terça-feira (27/6).
A visita, agendada para a próxima quarta-feira (28), visa reforçar “gestos de humanidade que possam contribuir para promover uma solução para a trágica situação atual e encontrar caminhos para uma paz justa”, conforme o comunicado.
A visita do cardeal ocorre dias após uma visita a Kiev, no início deste mês, na qual ele se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e outros altos funcionários do governo. O líder ucraniano também se reuniu com o pontífice, durante viagem à Europa no início deste ano.
Líderes globais
Na última quarta-feira (21), o papa recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Vaticano, e os dois conversaram sobre a importância da mobilização internacional para encerrar a guerra.
O mandatário brasileiro também enviou o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, como representante em viagens a Moscou e a Kiev. Além deles, o presidente da China, Xi Jinping, também nomeou um enviado especial para os países em conflito.
Aliados da Ucrânia na guerra, como países da Europa e os Estados Unidos, no entanto, acompanham a visão do líder ucraniano. Segundo apurado pelo Metrópoles com intercolutores europeus, Zelensky acredita que o momento para sentar na mesa de negociações somente ocorrerá quando as tropas russas deixem os territórios ocupados no país vizinho.
Instabilidade na Rússia
A viagem do cardeal a pedido do pontífice ocorre em meio a uma escalada nas tensões em território russo. O grupo Wagner ameaçou organizar um motim contra o governo de Vladmir Putin, no último fim de semana. A situação foi controlada após mediação do governo Bielorusso, e na segunda-feira (26), lideranças da milícia deixaram a Rússia.
Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, o Kremlin contou com a ajuda do grupo de mercenários para avançar nas batalhas contra o exército de Volodymyr Zelensky, como nos embates das cidades de Bakhmut e Soledar.