Papa diz que guerra entre Israel e Hamas já se tornou “terrorismo”
A declaração do papa Francisco ocorreu ao término de assembleia e após encontro com familiares de palestinos e israelenses
atualizado
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O papa Francisco lamentou, nesta quarta-feira (20/11), a guerra entre Israel e o Hamas. De acordo com o pontífice, o conflito que se desenrola no Oriente Médio ultrapassou a guerra e passou a ser “terrorismo”.
A fala ocorreu após o líder da Igreja Católica ter recebido duas delegações. Uma delas de israelenses, que têm parentes entre os reféns mantidos pelos extremista, e outra de palestinos, que têm familiares prisioneiros em Israel.
“Eles sofrem muito. Eu vi como ambos sofrem, e a guerra faz isso. Mas aqui fomos além da guerra, já não é guerra. Isso é terrorismo. Por favor, sigamos em frente pela paz. Rezem pela paz”, disse Francisco na audiência geral, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
À Reuters, o embaixador de Israel no Vaticano, Raphael Schutz, afirmou que não gostaria de se referir diretamente à fala de Francisco, mas afirmou que “há uma distinção simples: um lado está assassinando, estuprando e não se importa com aqueles que estão do seu lado, e o outro lado está envolvido em uma guerra de autodefesa”.
A guerra entre Israel e Hamas chega ao 47º dia nesta quarta. O conflito escalou após o Hamas promover um ataque surpresa a Israel. Desde então, as tropas israelenses promovem uma série de retaliações à Faixa de Gaza, o que inclui bombardeios e um cerco que impede o acesso a suprimentos básicos.
Trégua
Na madrugada desta quarta (22/11), pelo horário local, o governo israelense anunciou firmado um acordo com o Hamas para a libertação de um grupo de 50 reféns. A libertação, porém, deve iniciar de forma gradual nesta quinta-feira (23/11).
O acordo prevê que, em troca da libertação de parte dos reféns capturados em Israel, o governo israelense liberte prisioneiros palestinos e promova pausa humanitária na Faixa de Gaza. As tratativas contaram com a mediação do Catar.
O acordo foi anunciado após uma série de reuniões governamentais na noite desta terça (horário de Israel). Em meio às negociações pela libertação de reféns, o primeiro-ministro consultou o Gabinete de Guerra e o Gabinete de Segurança, além de ter se reunido com o governo para tratar do assunto.
A decisão de Israel de aceitar o acordo com o Hamas ocorre num momento em que o país é pressionado por agir em prol da libertação dos reféns. Na última semana, familiares dos reféns iniciaram manifestações para demandar medidas de Netanyahu.