Papa critica os que “gastam alegremente” e pede ajuda aos pobres
Francisco alertou que “o consumo de informação superficial e as formas de comunicação rápida e virtual podem ser um fator de atordoamento”
atualizado
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O papa Francisco pediu ajuda aos pobres e necessitados e criticou os que “gastam alegremente” quando outros têm de se conformar em olhar “enquanto sua vida passa e acaba miseravelmente”.
A crítica foi feita em sua terceira exortação apostólica intitulada Gaudete et Exsultate, que foi publicada nesta segunda-feira (9/4) pelo Vaticano. O papa abordou a “santidade no mundo contemporâneo”, seus “riscos, desafios e oportunidades”.
“Não podemos planejar um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam alegremente e reduzem sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo que outros só olham desde fora, enquanto sua vida passa e acaba miseravelmente”, disse.Crítica à “alegria consumista e individualista”
No documento, o papa também critica “a alegria consumista e individualista tão presente em algumas experiências culturais de hoje” e sublinha que “o consumismo só enche o coração; pode brindar prazeres ocasionais e passageiros, mas não gozo”.
Além disso, avisa que “o consumo de informação superficial e as formas de comunicação rápida e virtual podem ser um fator de atordoamento que nos afasta da carne sofrente dos irmãos”.
“As constantes novidades dos recursos tecnológicos, o atrativo das viagens, as inumeráveis ofertas para o consumo, às vezes, não deixam espaços vazios onde ressoe a voz de Deus”, afirmou.
“Tudo se enche de palavras, de desfrutes epidérmicos e de ruídos com uma velocidade sempre maior. Ali não reina a alegria, senão a insatisfação de quem não sabe para que vive”, disse Francisco.
Segundo ele, os recursos de distração “que invadem a vida atual” conduzem a dar uma importância absoluta ao mesmo tempo “livre, no qual podemos utilizar sem limites esses dispositivos que nos brindam entretenimento e prazeres efêmeros”.
O papa apontou ainda: “Contra a tendência ao individualismo consumista que termina nos isolando na busca do conforto além dos demais”, é preferível se identificar “com aquele desejo de Jesus: “que todos sejam um”.