Palestinos enterram 59 vítimas após confronto na Faixa de Gaza
O alto número de mortes reacendeu as críticas internacionais em relação ao uso de força letal por Israel contra manifestantes desarmados
atualizado
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Milhares de pessoas se juntaram, nesta terça-feira (15/5), ao funeral de 59 palestinos mortos por tropas israelenses na segunda-feira (14), durante protestos contra a inauguração da embaixada americana em Jerusalém – agora reconhecida pelos Estados Unidos como capital de Israel.
A segunda-feira (14) foi o dia mais mortífero em Gaza desde 2014 e fez parte de uma campanha de líderes do Hamas para romper o bloqueio fronteiriço que já completa uma década. As forças israelenses mataram 59 palestinos, a maioria por tiros, e feriram mais de 2,7 mil, conforme informou o Ministério da Saúde de Gaza. Dentre os feridos, 1.360 foram baleados e 130 estão em estado grave ou crítico.
O elevado número de vítimas reacendeu as críticas internacionais em relação ao uso de força letal por parte de Israel contra manifestantes desarmados. Para os grupos de Direitos Humanos, considerando a lei humanitária internacional, as ordens abertas do Estado de Israel a suas tropas são ilegais. Ao alegar estar defendendo sua fronteira, o Exército israelense acusou o Hamas de usar os protestos como cobertura para ataques.
De acordo com o Hamas, que tomou Gaza em 2007, o protesto de segunda-feira (14) foi o culminar de uma campanha que, há semanas, tenta romper o bloqueio com Israel. O grupo lidera as manifestações na região desde o final de março.Esta terça-feira (15), dizem os organizadores dos protestos, será reservada aos funerais, numa aparente tentativa de diminuir as expectativas de acontecerem outras manifestações em massa até o final do dia. Milhares de palestinos se juntaram às procissões funerárias, apesar de muitos dos mortos terem sido enterrados na segunda-feira (14), obedecendo às tradições muçulmanas de enterros rápidos.
Inicialmente, o Hamas afirmou manter os protestos nesta terça-feira (15), marcando o 70º aniversário do Nakba – nome dado pelos palestinos à catástrofe de 1948 –, que matou centenas de pessoas na guerra do Oriente Médio. Na Cisjordânia, sirenes soaram por 70 segundos para marcar o Nakba. As marchas na fronteira são vistas como a última esperança do Hamas de acabar com o bloqueio.