metropoles.com

Palestina se pronuncia sobre mandado de prisão contra Netanyahu

Estado da Palestina comemorou a decisão do TPI contra líderes israelenses, mas ignorou denúncias contra líder do Hamas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vinícius Schmidt/Metrópoles
manifestação a favor do povo palestino em frente ao museu da república no DF
1 de 1 manifestação a favor do povo palestino em frente ao museu da república no DF - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O Estado da Palestina comemorou a decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) de emitir mandados de prisão contra os líderes de Israel, primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crime de guerra.

Em uma declaração divulgada pela agência oficial de notícias palestina Wafa, o governo afirma que a decisão do tribunal “restaura a esperança e a confiança não apenas no direito internacional e nas instituições da ONU, mas também na importância da justiça, da responsabilização e do julgamento de criminosos de guerra”, seis meses após o promotor-chefe Karim Khan solicitá-los.

“O povo palestino ainda está sujeito a genocídio, crimes de guerra que assumem a forma de utilização da fome como método de guerra e crimes contra a humanidade que se manifestam em assassinatos, opressão e deslocamento, entre outros.”

O texto ainda acrescenta que a Palestina continuara a se envolver com instituições e tribunais de justiça internacionais “até que todos os criminosos que cometeram e ainda cometem crimes contra o povo palestino sejam responsabilizados para garantir justiça e equidade aos palestinos.”

Apesar disso, o posicionamento palestino não faz referência ao mandado de prisão contra o líder do Hamas Mohammed Deif, que também foi emitido pelo TPI. Israel diz que matou o dirigente.

O Hamas, por sua vez, também ignorou o mandado de prisão contra Deif e comentou apenas as denúncias contra Netanyahu, em uma nota divulgada à imprensa.

O grupo afirma que “este é um primeiro passo que mostra o compromisso internacional com a justiça”, mas que a medida ainda é limitada. O texto reforça a importância de “todos os países do mundo” apoiarem a decisão do Tribunal.

Leia a nota a íntegra:

“Esta decisão histórica é um passo importante no sentido da justiça para a causa palestiniana, mas permanece limitada e simbólica se não for apoiada pelas metodologias certas e apoiada por todos os países do mundo para a implementar.

Este é um primeiro passo que mostra o compromisso internacional com a justiça. Deve ser enviada a cada criminoso de guerra uma mensagem de que não escapará à punição, independentemente do tempo que demore, e não importa o quanto tente enganar as pessoas ou distorcer a narrativa, a verdade prevalecerá.”

O que diz Israel?

O gabinete do primeiro-ministro israelense rejeitou categoricamente as alegações e afirmou que o país “não cederá à pressão, não será dissuadido e não recuará” até que todos os objetivos de guerra de Israel sejam alcançados.

Leia uma parte da declaração:

“Israel rejeita totalmente as ações e acusações absurdas e falsas contra ele pelo tribunal penal internacional, que é um órgão político tendencioso e discriminatório.

Não há guerra mais justificada do que a que Israel está conduzindo em Gaza desde 7 de outubro de 2023, depois que a organização terrorista Hamas lançou um ataque mortal contra o país, cometendo o maior massacre contra o povo judeu desde o Holocausto.

A decisão foi tomada por um promotor-chefe corrupto, tentando se salvar de sérias acusações de assédio sexual, e por juízes tendenciosos, motivados pelo ódio antissemita contra Israel.”

O presidente do país, Isaac Herzog, descreveu a decisão do Tribunal Penal Internacional como “um dia sombrio para a humanidade”.

Em uma publicação nas redes sociais, Herzog disse: “Tomada de má-fé, a decisão ultrajante do TPI transformou a justiça universal em motivo de chacota universal. Ela zomba do sacrifício de todos aqueles que lutam pela justiça – desde a vitória dos Aliados sobre os nazistas até hoje.”

Mandados de prisão

O Tribunal Penal Internacional (TPI), organismo internacional permanente, com jurisdição para investigar e julgar indivíduos acusados de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão, afirma ter provas suficientes de que os alvos de mandados cometeram deliberadamente crimes de guerra ao atacarem civis.

A decisão é uma resposta à solicitação feita pela Procuradoria do tribunal contra Netanyahu, em maio deste ano, e a outros três pedidos feitos contra líderes do Hamas.

Os crimes pelos quais os líderes do Israel foram acusados são:

  • Indução à fome como método de guerra;
  • Sofrimento deliberado na população civil;
  • Assassinato de civis;
  • Ataques deliberados a civis;
  • Exterminação de povo;
  • Perseguição e tratamento desumano.

Os crimes pelos quais os líderes do Hamas foram acusados são:

  • Exterminação de povo;
  • Assassinato de civis;
  • Sequestrar e fazer civis reféns;
  • Tortura;
  • Estupro e atos de violência sexual;
  • Tratamento cruel e desumano

Apesar de os 124 países signatários terem se comprometido a seguir as decisões do TPI, o tribunal não tem força policial que os faça cumprir os mandados de prisão.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?