Conselho de Segurança vetou 17 resoluções sobre a Palestina desde 2000
Levantamento mostra que questão da Palestina tem histórico de impasses entre membros do Conselho de Segurança da ONU
atualizado
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Nas últimas semanas, o Conselho de Segurança da ONU falhou na aprovação de resoluções sobre a guerra entre Israel e Hamas, e expôs um histórico de desentendimento dos membros permanentes do órgão quando as discussões envolvem a Palestina.
Um levantamento realizado pelo Metrópoles mostra que a questão Israel x Palestina é um dos assuntos com mais vetos em resoluções apresentadas ao órgão da Organização das Nações Unidas, responsável pelo manutenção da paz e segurança internacional.
Ao todo, 16 resoluções apresentadas desde o ano 2000 foram vetadas no colegiado, composto por cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) e outros dez rotativos. Para que uma proposta seja adotada, pelo menos nove dos quinze países que compõem o Conselho precisam ser favoráveis. Contudo, um voto contrário de um membro permanente basta para derrubar o texto.
As principais demandas nas resoluções apresentadas nos últimos 23 anos giraram em torno da violência no contexto da ocupação israelense na Palestina. Negociações de paz, proteção de civis, o fim de operações militares de Israel em regiões palestinas e a garantia de assistência humanitária à população local foram os principais pontos presentes nos textos.
Os Estados Unidos, um dos maiores aliados de Israel, foi o membro do Conselho de Segurança da ONU que mais barrou resoluções envolvendo o tema, com 15 dos 16 vetos desde 2000.
Israel x Hamas
Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, que já deixou mais de 8 mil mortos entre israelenses e palestinos, o Conselho de Segurança da ONU fracassou em quatro tentativas de encontrar um consenso sobre resoluções.
A Rússia foi o primeiro país a apresentar uma proposta, no último dia 16 de outubro, mas recebeu votos contrários do Reino Unido e Estados Unidos, que possuem o poder de barrar resoluções. A principal crítica foi a não nomeação e condenação dos atos do Hamas em território israelense.
O Brasil, que atualmente preside o colegiado, tentou aprovar uma resolução dois dias depois, em 18 de outubro. Contudo, apesar de o texto ter recebido doze votos favoráveis, os EUA vetaram a proposta alegando a falta de menção ao direito de autodefesa de Israel.
Já nessa quarta-feira (25/10), duas novas resoluções foram para votação e também esbarraram em impasses diplomáticos.
O texto dos EUA pediu uma “pausa humanitária” na Faixa de Gaza, além de expressar apoio ao direito de autodefesa israelense. Doze membros do órgão foram favoráveis à proposta estadunidense, contudo, Rússia e China votaram contra e derrubaram a resolução.
Em seguida, um novo texto foi apresentado pela Rússia. Dessa vez, a proposta recebeu apoio de apenas quatro membros do órgão da ONU, enquanto nove países se abstiveram na votação. Reino Unido e EUA, novamente, foram contrários.