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Palestina chama embaixador de volta após anúncio de Bolsonaro

Presidente do Brasil, em viagem internacional, comunicou nesse domingo a abertura de uma representação do país em Jerusalém

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Bolsonaro sai do palacio do alvorada para viagem oficial a Israel
1 de 1 Bolsonaro sai do palacio do alvorada para viagem oficial a Israel - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Autoridade Palestina condenou o anúncio do governo brasileiro, nesse domingo (31/3), de abrir escritório comercial em Jerusalém. Em nota, informou que decidiu chamar de volta seu embaixador no Brasil para consultas e estudar uma resposta à medida.

A chancelaria palestina afirmou que consultará o embaixador Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben para tomar as decisões apropriadas, após a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

“(A abertura da representação) é uma violação flagrante ao povo palestino e seus direitos, bem como uma aprovação à pressão americana e israelense”, frisou o chanceler Riad Malki, segundo a agência palestina de notícias Wafa.

Malki disse que a medida tem como objetivo “perpetuar a ocupação, as atividades de assentamentos e a anexação da parte ocupada de Jerusalém”, além de “impor, à força,” a lei israelense na região.

O chanceler também reafirmou que o seu povo considera Jerusalém como parte do território palestino, ocupado por Israel na Guerra dos Seis dias, em 1967, e que essas ações “não darão à ocupação (Israel) direitos sobre Jerusalém Oriental e seus arredores”.

Nova relação com Israel
Bolsonaro anunciou nesse domingo a abertura de uma representação do país em Jerusalém. A decisão, segundo o governo brasileiro, significa que a mudança da embaixada de Tel-Aviv foi temporariamente descartada, mas ainda é analisada.

O escritório brasileiro de negócios, no entanto, não terá status de Embaixada, esclareceu o porta-voz da Presidência da República, Otávio Santana do Rêgo Barros. “Não tem status diplomático”, afirmou. “Vai tratar das questões de comércio, ciência e tecnologia, como foi apresentado a vocês pela declaração”, continuou.

Embora tenha sido menos do que Netanyahu desejava, o premiê israelense parece ter saído satisfeito. “É um primeiro passo para que a embaixada chegue a Jerusalém”, disse.

Rêgo Barros também não descartou a possibilidade de Bolsonaro fazer uma visita à Cisjordânia. “Todos os países que têm relação diplomática com o Brasil (podem ser visitados)”, disse o porta-voz sem citar nominalmente a Cisjordânia, e dizendo serem necessárias algumas condições para a concretização.

“Temos relação diplomática com vários países. É óbvio que temos a possibilidade de visitá-los (palestinos) quando convidados e quando houver interesse da nossa parte. Isso vale para todos os países com quem temos relação diplomática”, enfatizou durante entrevista ao final da agenda de atividades da comitiva presidencial em Israel.

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