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Países tentam resgatar refugiados ucranianos de Mariupol

França, Turquia e Grécia reúnem esforços para garantir a retirada de civis da Ucrânia. Com esse objetivo, Macron fará um telefonema a Putin

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Serviço de Emergência da Ucrânia/Facebook
Pessoa sendo retirada de dentro de áreas residenciais que foram atacadas por russos - Metrópoles
1 de 1 Pessoa sendo retirada de dentro de áreas residenciais que foram atacadas por russos - Metrópoles - Foto: Serviço de Emergência da Ucrânia/Facebook

França, Turquia e Grécia se juntaram na tentativa de resgatar refugiados em Mariupol, cidade ucraniana que foi devastada pela guerra iniciada em 24 de fevereiro.

Segundo informações da agência estatal russa de notícias RIA, os presidentes Emmanuel Macron, da França, e Vladimir Putin, da Rússia, conversarão nesta sexta-feira (25/3) sobre a crise humanitária na região.

De acordo com a agência, “nas próximas horas”, Macron fará um telefonema a Putin. O francês coordena os esforços dos países para a retirada de civis.

A movimentação político-diplomática ocorre horas após autoridades locais de Mariupol confirmarem a morte de pelo menos 300 pessoas devido ao suposto bombardeio russo a um teatro.

O local seria usado como abrigo para os ucranianos. Havia, inclusive, inscrições em tinta branca, ao lado do edifício, avisando aos invasores que crianças estavam escondidas por lá.

Na quinta-feira (24/3), aliados de Putin relataram que o Exército do país tomou o poder em Mariupol, cidade estratégica do sul ucraniano. Ao menos dois nomes ligados ao chefe do Kremlin confirmaram a informação.

O chefe do Rússia Unida, Andrei Turchak, e o líder checheno, Ramzan Kadyrov, garantiram a conquista. O governo da Ucrânia nega.

“Para que ninguém tenha dúvidas: a Rússia está aqui para sempre”, declarou Turchak ao afirmar que a Rússia reconstruirá Mariupol.

Na mesma tendência, Ramzan Kadyrov disse que tropas ucranianas se renderam e que militares russos tomaram a Prefeitura de Mariupol.

“Os soldados relataram no rádio que libertaram o prédio da administração de Mariupol e levantaram nossa bandeira”, declarou. E acrescentou: “Abandonaram suas posições”.

Nos últimos dias, Mariupol se tornou um dos principais alvos de ataques. Segundo autoridades ucranianas, 100 mil pessoas estavam na região e não conseguiram fugir.

A Rússia já tem o controle de regiões separatistas, como Donbass e a Crimeia – região anexada ao território russo em 2014.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já admitiu que a situação no local é “desumana”. Na noite da terça-feira (22/3), em pronunciamento gravado, o líder da Ucrânia afirmou que a cidade estava sem acesso a comida, água e remédios. “Vamos lutar o máximo que pudermos. Até o fim e com todas as nossas forças”, frisou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Cidade “estratégica”

Mariupol – área considerada estratégica pela Rússia, por sua posição geográfica – estava há mais de 20 dias cercada, mas os militares não haviam conseguido tomar o poder.

A Human Rights Watch descreveu a cidade como “uma paisagem infernal congelante repleta de cadáveres e prédios destruídos”. Segundo o governo ucraniano, 93% das residências foram devastadas pela guerra.

Autoridades locais disseram que duas bombas grandes foram atiradas em direção à cidade. Para o governo da região, os russos teriam a intenção de dizimar Mariupol.

Sob ataques constantes e em colapso, Mariupol é o último grande centro ucraniano a resistir na faixa entre a Crimeia e o território russo.

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