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Países se unem contra Putin e doam armas antimíssil: “Finge negociar”

França criticou a Rússia por bombardeios contra Ucrânia e Reino Unido anunciou a instalação de sistema contra ataques aéreos

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Barreiras antitanque alinham uma rua para proteger marcos históricos na expectativa de um ataque russo à estratégica cidade portuária do Mar Negro em Odessa, Ucrânia
1 de 1 Barreiras antitanque alinham uma rua para proteger marcos históricos na expectativa de um ataque russo à estratégica cidade portuária do Mar Negro em Odessa, Ucrânia - Foto: Scott Peterson/Getty Images

Em mais uma movimentação político-diplomática, França e Reino Unido voltaram a condenar a guerra na Ucrânia e a reprimirem a Rússia e o seu líder, Vladimir Putin.

Nesta quinta-feira (17/3), o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, acusou os russos de “fingirem negociar” um cessar-fogo. “A lógica russa baseia-se no tripé habitual: bombardeios indiscriminados, supostos ‘corredores’ humanitários e conversas sem outro propósito a não ser fingir que estão negociando”, declarou em entrevista ao jornal Le Parisien.

Já o Reino Unido anunciou que implantará uma sistema antimísseis de médio alcance na Polônia. A medida foi confirmada pelo secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, durante visita a Varsóvia. O objetivo é ajudar a Polônia a proteger o espaço aéreo de uma possível agressão russa no contexto da guerra na Ucrânia

“Posso anunciar que decidimos implantar o Sky Sabre, um sistema de mísseis antiaéreos de médio alcance, na Polônia junto com uma centena de pessoas”, disse Wallace.

Ele também enfatizou que “a Polônia carrega grande parte do fardo das consequências desta guerra” e disse que o Reino Unido protegerá o espaço aéreo polonês “de qualquer agressão adicional da Rússia”.

Acordo de paz

Em meio à negociação de um hipotético acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, negou que esteja dificultando o processo e se disse disposto a consentir com exigências ucranianas.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta quinta-feira (17/3), em Moscou, que Putin “está colocando uma energia colossal” nas negociações. Ele ainda estimou que o país “poderia rapidamente encerrar a operação militar russa”.

Na manhã desta quinta-feira, russos e ucranianos retomaram, por videoconferência, a reunião que discute os pontos de um possível cessar-fogo. Simultaneamente, o líder russo convocou o gabinete ministerial para uma conversa.

As movimentações político-diplomáticas em torno da guerra na Ucrânia continuam pressionando os governos ao redor do mundo no 22º dia de conflito. Negociadores da Rússia e da Ucrânia tentam obter um consenso sobre três pontos: militares, políticos e humanitários.

Clique aqui e leia a cobertura completa da cobertura da guerra na Ucrânia. 

O mundo acompanha com atenção as conversas, que ganharam mais fôlego após a divulgação do que seria um esboço para o acordo de paz.

Em Moscou, Putin reuniu o gabinete ministerial e cobrou políticas para a Crimeia, anexada ao território russo em 2014, e para Donbass, região ucraniana separatista pró-Rússia.

No início da reunião, Putin cobrou do governo políticas de infraestrutura e economia para as duas regiões. Essa é uma sinalização de que ele não pretende recuar no conflito.

Uma das exigências de Zelensky para firmar um acordo de paz é justamente a devolução da Crimeia e a desocupação de Donbass. O presidente ucraniano quer que a configuração do território do país volte a ser como era em 1991, no fim da União Soviética.

Além disso, Zelensky pede “garantias de segurança nacional, soberania, restauração da integridade territorial, garantias de proteção reais para o país”.

Reunião na ONU

Durante a tarde, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúne em caráter extraordinário para discutir a crise no Leste Europeu.

Países ocidentais convocaram reunião emergencial. Reino Unido, Estados Unidos, Albânia, França, Noruega e Irlanda pediram a sessão.

“A Rússia está cometendo crimes de guerra e atacando civis. A guerra ilegal da Rússia na Ucrânia é um perigo para todos nós”, justificou a missão diplomática britânica na ONU, em comunicado.

O país liderado por Vladimir Putin já foi duramente criticado no Conselho de Segurança e teve uma resolução que condena a guerra aprovada em reunião extraordinária da Assembleia Geral da ONU.

Prejuízos

O governo ucraniano fez novos apelos para um cessar-fogo na quarta-feira (16/3). A administração do presidente Volodymyr Zelensky citou o drama dos civis atingidos pela guerra e avisou que reconstruir o país hoje custaria ao menos US$ 500 bilhões.

Para o leitor ter dimensão do impacto do conflito na realidade do país, seriam necessários, na cotação de quarta-feira do Banco Central do Brasil, cerca de R$ 2,5 trilhões para a reparação.

Na noite de quarta-feira, em pronunciamento gravado, Zelensky afirmou que é preciso “garantias de segurança nacional, soberania, restauração da integridade territorial, garantias de proteção reais para o país”. O presidente ucraniano ressaltou que suas exigências “são absolutamente claras”, assinalou na gravação.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Ataques

Enquanto russos e ucranianos não se entendem, os bombardeios continuam. Civis e áreas residenciais voltaram a ser alvejados durante a madrugada, pelo horário de Brasília.

Um ataque com míssil matou ao menos 21 pessoas e feriu outras 25 na manhã desta quinta-feira (17/3), pelo horário de Brasília, em Merefa, no leste da Ucrânia. Ao todo, ao menos 21 pessoas morreram e 25 estão feridas, segundo as autoridades locais.

O país liderado por Volodymyr Zelensky viveu mais uma noite de intensos bombardeios. Um prédio de 16 andares foi atingido por partes de um míssil destruído em Kiev. Uma pessoa teria morrido e outras três ficaram feridas. Ao todo, 30 moradores foram resgatados do local.

Kiev e cidades do sul ucraniano, que dão acesso ao Mar Negro, importante rota comercial, são as mais afetadas pelas investidas russas.

Em 22 dias de guerra na Ucrânia, a Rússia perdeu sete mil soldados no front. Outros 14 mil militares ficaram feridos durante os bombardeios, iniciados em 24 de fevereiro.

Os números são uma estimativa dos órgãos de segurança dos Estados Unidos e foram repercutidos por agências internacionais de notícias nesta quinta-feira.

A Ucrânia informou, nesta quinta-feira, que abateu ao todo 10 alvos russos nas últimas 24 horas. Segundo o comandante-chefe das Forças Armadas do país, Valeriy Zaluzhny, um avião russo Su-25 foi destruído e um caça Su-35, atingido no céu na região de Kiev, capital da Ucrânia.

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