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Países ocidentais convocam reunião na ONU para debater crise ucraniana

Conselho de Segurança fará encontro emergencial nesta quinta-feira para discutir catástrofe humanitária provocada pela guerra

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Conselho de Segurança da ONU se reúne num amplo salão em Nova Iorque. A mesa onde sentam-se os líderes é circular, a frente de um painel - Metrópoles
1 de 1 Conselho de Segurança da ONU se reúne num amplo salão em Nova Iorque. A mesa onde sentam-se os líderes é circular, a frente de um painel - Metrópoles - Foto: Reprodução

Países ocidentais convocaram reunião emergencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater a catástrofe humanitária provocada pela guerra na Ucrânia.

Reino Unido, Estados Unidos, Albânia, França, Noruega e Irlanda pediram a reunião, que foi marcada para a tarde desta quinta-feira(17/3).

“A Rússia está cometendo crimes de guerra e atacando civis. A guerra ilegal da Rússia na Ucrânia é um perigo para todos nós”, justificou a missão diplomática britânica na ONU, em comunicado.

O país liderado por Vladimir Putin já foi duramente criticado no Conselho de Segurança e teve uma resolução que condena a guerra aprovada em uma reunião extraordinária da Assembleia Geral da ONU.

Prejuízos

O governo ucraniano fez novos apelos para um cessar-fogo nesta quarta-feira (16/3). A administração do presidente Volodymyr Zelensky citou o drama dos civis atingidos pela guerra e avisou: reconstruir o país hoje custaria ao menos US$ 500 bilhões.

Para o leitor ter dimensão do impacto do conflito na realidade do país, seriam necessários, na cotação desta quarta do Banco Central do Brasil, cerca de R$ 2,5 trilhões para a reparação.

As primeiras estimativas do impacto econômico e social do conflito entre a Rússia e a Ucrânia começam aparecer. Além das perdas humanas, a Ucrânia estima que ao menos metade das empresas pararam de funcionar no país.

A guerra, de acordo com estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), ameaça deixar 90% dos ucranianos abaixo da linha da pobreza. A conclusão é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Nos últimos três dias, os bombardeios russos foram intensificados.

Autoridades de segurança ucranianas acusam a Rússia de atacar um teatro em Mariupol que era usado como abrigo para civis. As informações são do conselho da cidade.

Apesar da confirmação do bombardeio, no começo da tarde desta quarta-feira (16/3), a Ucrânia não informou o número de pessoas que poderiam ter sido afetadas e não há registro de mortes. Inicialmente, foi informado que “centenas” de civis estavam no local.

“Outro crime de guerra horrendo em Mariupol. Massivo ataque russo ao Teatro Drama, onde centenas de civis inocentes estavam escondidos. O edifício está agora totalmente em ruínas. Os russos não podiam saber que este era um abrigo civil. Salve Mariupol. Pare os criminosos de guerra russos”, condenou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

A Ucrânia vive o 21º dia de ataques. Kiev, capital e coração do poder, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, estão sob forte bombardeio. Civis foram alvejados pelas tropas russas.

Veja o antes e depois:

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Ucrânia acusa a Rússia de bombardear o local
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Teatros era usado por "centenas" de civis que perderam suas casas

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Ucrânia acusa a Rússia de bombardear o local

Reprodução/Twitter

A madrugada na Ucrânia seguiu a tendência dos últimos dias: bombardeios massivos e civis na mira das tropas militares. Kiev, capital e coração do poder no país, e cidades do sul ucraniano, que dão acesso ao Mar Negro, importante rota comercial, são as mais afetadas.

A Ucrânia divulgou mais dois ataques a áreas residenciais. Em Kiev, pelo terceiro dia seguido, um prédio civil foi atingido por bombardeios russos. Felizmente, o serviço de emergência ucraniano não registrou mortos. Entretanto, em Kharkiv, a segunda maior cidade, explosões fizeram duas vítimas.

Segundo as autoridades, duas construções residenciais se tornaram alvo no distrito de Nemyshlyansky, em Kharkiv. Com o desmoronamento delas, os bombeiros e socorristas precisaram fazer o resgate de quatro pessoas que ficaram embaixo dos escombros. Duas não resistiram.

Em Kiev, um prédio civil de 12 andares, no distrito de Shevchenkivskyi, foi alvo dos ataques russos. Às 6h16 (horário da Ucrânia), fragmentos de bombas acertaram o local. O último andar foi destruído, assim como uma construção de nove pavimentos ao lado.

Repercussão

Em mais uma investida contra a Rússia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou a criação de uma “aliança militar transatlântica” para mobilizar tropas em defesa da Ucrânia. O acordo ocorre após uma convocação extraordinária dos ministros da Defesa da entidade militar coordenada pelos Estados Unidos nesta quarta-feira (16/3).

O Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, determinou que o presidente russo, Vladimir Putin, pare imediatamente os bombardeios contra a Ucrânia, iniciados em 24 de fevereiro. A decisão desta quarta-feira é preliminar e basicamente simbólica. Os juízes entendem que ainda precisam de mais elementos para uma condenação final contra a Rússia, mas temem os prejuízos da guerra.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Mais ajuda dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu com indignação aos ataques contra civis ucranianos e chamou o líder russo de “criminoso de guerra”.

Na tarde desta quarta-feira, após anunciar mais ajuda financeira e militar para o governo ucraniano, o presidente norte-americano foi questionado por repórteres sobre os desdobramentos da guerra e o comportamento de Putin.

“Ele é um criminoso de guerra”, esbravejou. Minutos antes, Biden anunciou ajuda financeira e militar para a Ucrânia, país que enfrenta o 21º dia de guerra. O governo dos EUA doará o valor de US$ 800 milhões.

Biden declarou que não está vendo a Rússia implementar ações para diminuir os ataques. “Putin quer a devastação da Ucrânia. Ele está bombardeando hospitais, escolas… É muito triste. Os russos estavam mantendo pacientes e médicos reféns em Mariupol”, lamentou o chefe da Casa Branca.

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