1 de 1 Sede da Otan em Bruxelas-Metrópoles
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Países integrantes da aliança militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reunirão, nesta sexta-feira (4/3), para coordenar e consultar a resposta “à invasão brutal da Ucrânia e as implicações a longo prazo”.
começam a analisar novas opções para socorrer a Ucrânia, e até mesmo a hipótese de um conflito direto com a Rússia já não é mais descartada de pronto – ainda que permaneça como algo a ser evitado a quase qualquer custo. A invasão russa da Ucrânia entra em seu nono dia nesta sexta-feira (4/3).
O ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkevics, afirmou, nessa quinta-feira (3/3), que a Otan deve “considerar todas as opções”, sem excluir um possível confronto direto.
“Acho que devemos considerar todas as opções, mas também devemos entender que, digamos, algumas políticas da Otan podem ser implementadas somente se aqueles países que tiverem os ativos necessários concordarem com aquilo”, disse.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
A Letônia é parte da Otan desde 2004 e faz fronteira com Belarus e com a Rússia. Rinkevics, no entanto, ressaltou que os governos “não devem excluir” qualquer forma de interromper a invasão.
Já o ministro da Romênia, Bogdan Aurescu, pontuou que a Otan deve adaptar sua postura militar no Leste Europeu para a realidade pós-invasão da Ucrânia.
“Temos que adaptar a postura para a realidade, que mostra que tropas russas estão na Ucrânia e em Belarus, então precisamos repensar tudo”, disse Aurescu.
Zona de exclusão aérea
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, também afirmou que todos os cenários devem ser analisados antes que uma intervenção real da Otan, como a zona de exclusão aérea, seja feita.
Ao anunciar a reunião desta sexta-feira com os membros da Otan, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, disse que a zona de exclusão aérea está na pauta.
Oficiais da aliança militar destacaram nos últimos dias, entretanto, que essa medida ou qualquer outra que atingisse diretamente a Rússia não é uma opção para evitar que o conflito tome proporções maiores.
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