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Países da África acusam Ucrânia de apoio ao terrorismo e cortam laços

Após ataques contra mercenários do Grupo Wagner na África, Mali e Níger acusaram Ucrânia de apoio ao terrorismo e cortaram laços com Kiev

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Imagem colorida mostra Assimi Goïta, chefe da junta militar que tomou o poder no Mali em 2021 - Metrópoles
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Um ataque contra combatentes do Grupo Wagner no Mali, no fim de julho, resultou na morte de dezenas soldados russos e em uma crise diplomática para a Ucrânia. Após a ação, países na região, que já são próximos da Rússia, vêm anunciando o rompimento de relações com Kiev sob a acusação de cumplicidade com o terrorismo.

Segundo grupos rebeldes que lutam contra os militares que comandam o Mali desde 2020, mais de 47 soldados do governo foram mortos durante os combates no mês de julho. Cerca de 84 mercenário do Grupo Wagner, que atuam no continente sob o codinome Africa Corps, também teriam sido assassinados. A informação foi confirmada por blogueiros de guerra russos que possuem ligações com o Kremlin.

Ainda no fim de julho, o porta-voz da agência de inteligência militar da Ucrânia, Andriy Yusov, anunciou que Kiev apoiou um dos ataques de insurgentes contra o governo de Mali, que conta com a ajuda de mercenários russos na luta contra jihadistas e grupos rebeldes desde que os militares chegaram ao poder.

Em uma aparição na TV, Yusov afirmou que a Ucrânia forneceu “informações necessárias, e não apenas as informações, que permitiram uma operação militar bem-sucedida contra criminosos de guerra russos”. O membro da agência de inteligência, no entanto, não disse se soldados ucranianos participaram da ação.

Após a revelação, o governo de Mali anunciou o rompimento de relações diplomáticas com a Ucrânia, acusada de “apoio ao terrorismo internacional”.

“As ações tomadas pelas autoridades ucranianas violam a soberania do Mali, vão além do escopo da interferência estrangeira, que já é condenável por si só, e constituem uma clara agressão contra o Mali e apoio ao terrorismo internacional”, declarou o governo do Mali em um comunicado publicado no último domingo (4/8).

A Ucrânia lamentou a decisão do Mali, e negou qualquer envolvimento no episódio, apesar das declarações de um membro da agência de inteligência do país.

Dois dias depois foi a vez do Níger, que também conta com mercenário do Africa Corps no país desde o início deste ano, cortar o contato diplomático com o país governado por Volodymyr Zelensky.

“O governo da República do Níger, em total solidariedade ao governo e o povo do Mali, decidiu com toda a soberania romper as relações diplomáticas entre a República do Níger e a Ucrânia com efeito imediato”, disse o porta-voz do governo local, coronel-major Amadou Abdramane, em um comunicado televisivo nessa terça-feira (6/8).

Africanos se voltam para a Rússia

Uma sequência de golpes militares, instabilidade política e ameaças terroristas fizeram com que diversos países da África, principalmente na região do Sahel, virassem as costas para o Ocidente e buscassem estreitar laços com a Rússia nos últimos anos.

Além da proximidade com Moscou, a crise interna e a luta contra grupos jihadistas na região fizeram com que alguns governos africanos, como os de Mali e Níger, pedissem ajuda para o antigo Grupo Wagner, que após a morte de Yevgeny Prigozhin passaram a operar no continente com o nome de Africa Corps. 

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