Países articulam Assembleia Geral da ONU para punir Rússia e Putin
A movimentação ocorre após resolução que exigia retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada
atualizado
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Insatisfeitos com o resultado da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), líderes mundiais articulam a realização de uma Assembleia Geral da ONU na tentativa de punir a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin.
A movimentação político-diplomática ocorre após uma resolução que exigia a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada por causa de somente um voto contra que veio justamente da Rússia.
Para aprovar a resolução eram necessários ao menos nove votos. O texto conseguiu o apoio de 11 nações — inclusive do Brasil. Contudo, a Rússia votou contra e vetou a medida. China, Emirados Árabes Unidos e Índia se abstiveram.
O Conselho de Segurança é composto por 15 nações, sendo cinco permanentes. Por ser membro permanente, a Rússia tem poder de veto. O país também exerce a presidência do órgão neste momento.
Reunião
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá novamente neste domingo (26/2) para aprovar uma resolução pedindo uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU sobre a invasão. As informações são de agências internacionais de notícias.
Para que seja aprovada, nove dos 15 membros do Conselho de Segurança têm que votar a favor da resolução. Esse tipo de convocação, previsto no regulamento da ONU e usado em raras ocasiões, não contempla a possibilidade de veto.
A Assembleia Geral das Nações Unidas conta com 193 membros e não existe direito a veto.
O objetivo dessa sessão da Assembleia Geral é “que os 193 membros da ONU se posicionem” sobre a guerra que eclodiu devido à invasão russa à Ucrânia e sobre “a violação da Carta das Nações Unidas”, disse à agência AFP um diplomata, que pediu para não ser identificado.
A reunião deste domingo, convocada pelos Estados Unidos e pela Albânia, será a quarta do Conselho de Segurança desde segunda-feira (21/2) sobre a guerra.
Fracasso
A Rússia foi alvo de duras críticas durante a reunião do Conselho de Segurança. Os embaixadores fizeram apelos ao presidente russo, Vladimir Putin, para a retirada das tropas.
Após a Rússia vetar a resolução que puniria a invasão à Ucrânia, o embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU), Sergiy Kylslysya, subiu o tom contra o o representante russo, Vasily Nebenzya. A reprimenda ocorreu minutos após a votação na noite de sexta-feira (25/2).
“Sua visão da carta de paz da ONU é doente”, iniciou. O ucraniano ironizou: “Chamar tropas militares de ocupação de paz?”. E concluiu: “Vocês são diabólicos. Mostre respeito à instituição”.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê a possível entrada do vizinho na organização como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Os conflitos
Em três dias, ao menos 198 pessoas morreram nos confrontos, segundo o governo ucraniano. Outras 1.115 ficaram feridas. Russos sitiaram a cidade e tentam tomar o poder.
República Tcheca, Polônia, França, Estados Unidos, Holanda, Alemanha e Bélgica anunciaram o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro, apesar de não ordenarem apoio militar para os confrontos.
Madrugada de horror
Os confrontos em Kiev atingiram o mais alto nível de tensão na madrugada deste sábado. Rússia e Ucrânia disputam o controle da capital, coração do poder.
Mísseis foram disparados até mesmo em áreas urbanas, o que antes estava restrito a bases militares ucranianas. As sirenes de alerta voltaram a tocar. Barragens, centrais energéticas, usinas nucleares e prédios residenciais foram alvo dos russos.