Pai ia à formatura, mas acaba em funeral da filha morta na Somália
Mohamed, que mora no Reino Unido, estava prestes a deixar o país para ir à graduação da garota quando descobriu que ela estava morta
atualizado
Compartilhar notícia
O ataque explosivo que deixou mais de 300 mortos na Somália, no último sábado (15/10), criou marcas irreparáveis para muitos familiares das vítimas, entre eles Abdullahi Mohamed, que iria à formatura da filha, Maryam Abduallahi, de 25 anos, se ela não tivesse morrido um dia antes de celebrar a conclusão do curso de Medicina na Universidade Benadir.
A jovem morava no país, mas seu pai, no Reino Unido. A cerimônia, marcada para o domingo (16), era o único motivo de Mohamed deixar sua casa e festejar com Maryam. Porém, prestes a embarcar, descobriu que a jovem era uma das 300 vítimas do ataque extremista ocorrido na capital do país, Mogadíscio.
Anfa’a Mohamed, irmã de Maryam, contou à BBC que tentou entrar em contato com ela depois do ataque, mas um jovem atendeu e disse Maryam estava no Hotel Safari, morta. “Que Alá tenha piedade de você”, disse o rapaz. Para Anfa’a, a irmã era um exemplo. “Ela planejava trabalhar em uma clínica para mães e bebês após a formatura”, confessou.
“Nossa família está triste, meus pais estão muito abalados. Que Deus fortaleça nossos corações”, prosseguiu Anfa’a. No país, a explosão ficou descrita como o “11 de setembro da Somália”, uma trágica comparação ao ataque às Torres Gêmeas nos EUA.