Pai de refém morto por engano a Netanyahu: “Matou meu filho 2 vezes”
Em entrevista a TV dos EUA, pai de Alon Shamriz, refém morto por engano pelas Forças de Defesa de Israel, nega liderança de Netanyahu
atualizado
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Avi Shamriz enterrou o filho em uma cerimônia de muito choro e emoção. Alon Shamriz tinha apenas 26 anos e foi feito de refém pelo grupo extremista Hamas. No último dia 14 de dezembro, acabou morto pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) por engano. E isso fez com que o pai desabafasse com revolta contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“Eles só pensam neles mesmos”, acusou Avi, em entrevista ao jornalista Hallie Jackson, da NBC News. Alon foi um dos três reféns mortos por engano. “Vou dizer isso [ao] governo: você assassinou meu filho duas vezes” continuou. “Você deixou o Hamas levar meu filho em 7 de outubro e matou meu filho em 14 de dezembro.”
Alon, Yotam Haim e Samer Talalka passaram 70 dias sequestrados até que, na última sexta-feira, tropas israelenses e integrantes do Hamas entraram em combate intenso. Acidentalmente, os militares atiraram e mataram acidentalmente os três.
Revolta do pai de um refém
Do kibutz de Shefayim, após o enterro do filho, Avi mostrou desprezo pelo governo de Netanyahu, que desde o dia 7 de outubro vem recebendo fortes críticas da população e da oposição. “Eles não podem nos servir. Eles não nos merecem, como país, como comunidade. Eles não são nossos líderes”, disparou.
“Eles não estão pensando nos reféns. Eles não estão pensando em nós”, continuou Avi, refletindo uma revolta que vem ocupando cada vez mais espaço nas ruas de Israel. No último sábado, por exemplo, centenas de manifestantes ocuparam Tel Aviv pedindo o retorno de negociação com o Hamas para liberação de mais cativos.
Netanyahu foi às redes sociais no dia da morte acidental dos reféns, mas ficou longe de um pedido de desculpas. “Todo o estado de Israel ficará de luto esta noite. Esta é uma zona de combate onde ocorreram muitos incidentes nos últimos dias. As lições imediatas do evento estão agora sendo transmitidas a todas as forças combatentes”, afirmou.
No dia 7 de outubro, integrantes do Hamas invadiram Israel e mataram mais de 1.200 civis e militares, além de fazer mais de 240 reféns. Desde então, um conflito tomou conta da região.