Otan suspende atividades de treinamento militar no Iraque
Por temor de possíveis represálias, a coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos também reduziu suas operações
atualizado
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) suspendeu neste sábado (04/01/2020), operações de treinamento das forças de segurança no Iraque após a morte do general iraniano Qassim Suleimani em ação dos EUA no país.
De acordo com o porta-voz da Otan, Dylan White, a missão continua, apesar da suspensão das atividades. A missão, ativa desde 2018, conta com centenas de soldados e treina as forças iraquianas a pedido do próprio Iraque para combater o grupo Estado Islâmico.
White informou que o secretário-geralda Otan, Jens Stoltenber, conversou por telefone com o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, após a morte do general. “A Otan está monitorando a situação na região muito de perto. Permanecemos em contato próximo e regular com as autoridades americanas”, disse White.
Por temor de possíveis represálias, a coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos também reduziu suas operações e reforçou a segurança de suas bases no Iraque, informou uma autoridade americada em Bagdá. Horas depois do ataque que resultou na morte do general iraniano, os Estados Unidos anunciaram o envio de mais 3,5 mil soldades à região.
Milhares de pessoas se reúnem neste sábado para a procissão fúnebre de Suleimini em Bagdá. A maioria veste preto e carrega bandeiras iraquianas e de outras milícias apoiadas pelo Irãi. Alguns ainda gritam “Morte à América” e queimam bandeiras dos Estados Unidos.
Na sexta-feira, 3, o presidente Donald Trump foi a público para dizer que ordenou a ação, com a intenção de “evitar uma guerra”. O governo americano diz que o general da Força Quds, que pertence a Guarda Revolucionária do Irã, estava planejando uma série de ataques que colocavam em risco tropas e oficiais americanos. No entanto, ele não forneceu nenhuma evidência.
Suleimani foi o arquiteto da política regional do Irã e o responsável por mobilizar milícias no Iraque, na Síria e no Líbano, inclusive na guerra contra o grupo do Estado Islâmico. Ele também tem sido responsabilizado há quase duas décadas por ataques contra tropas e aliados americanos. / Com informações da AFP e EFE