Otan promete defesa de aliados e países amigos em caso de ataque russo
Em entrevista transmitida da Base Militar de Adazi, na Letônia, secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg, mandou recados a Putin
atualizado
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, voltou a garantir “defesa” do território de países aliados e países amigos em caso de ataque russo.
O secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg, em entrevista transmitida ao vivo da Base Militar de Adazi, na Letônia, mandou recados ao presidente russo, Vladimir Putin. Segundo ele, as tropas russas “subestimaram” a Ucrânia.
“Não procuramos nenhum tipo de conflito com a Rússia”, afirmou Stoltenberg. A crise entre o Kremlin e a Otan chegou a níveis máximos após a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
“A visita a Letônia envia uma mensagem inequívoca a respeito disso. Fazemos todo o necessário para proteger nossos amigos e aliados. Continuamos unidos pelo nosso povo e pelos nossos valores. A América do Norte e a Europa estão juntas”, concluiu.
Bombardeios
Após um breve cessar-fogo, o Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia acusou o Exército russo de bombardear o corredor verde, que são rotas humanitárias de fuga, em Mariupol.
Pouco depois do meio-dia desta terça-feira (8/3), pelo horário de Brasília, o governo ucraniano informou que bombas foram jogadas na rota de ônibus que transportavam refugiados, comida e remédios. Não se sabe se os veículos foram atingidos.
Segundo informações de agências internacionais de notícias, os ônibus levariam moradores da cidade para locais seguros.
Antes da denúncia, o governo ucraniano confirmou que civis estão saindo de duas cidades. Eles usam os corredores verdes, rotas humanitárias onde não há bombardeios por parte da Rússia.
Nesta terça-feira, em pronunciamento gravado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zenlensky, reafirmou que está em Kiev, capital e coração do poder, e passou uma mensagem de esperança.
A saída de civis pelos corredores humanitários começou pelas cidades de Sumy e Irpin. As primeiras fugas ocorreram por vota das 4h30, pelo horário de Brasília.
“Mais de 150 pessoas foram retiradas, e as evacuações continuam acontecendo”, disse Oleksiy Kuleba, governador de Kiev.
Segundo o Ministério de Defesa da Rússia, nesta terça-feira foram abertos corredores humanitários para que os moradores de Kiev, Kharkiv, Mariupol, Chernigov e Sumy possam sair com segurança das cidades.
Zelensky gravou o pronunciamento nas ruas de Kiev, em frente a barricadas. “A primavera é parecida com a guerra. A primavera é dura, mas vai ficar tudo bem. Vamos vencer”, frisou.
Onda de refugiados
O bombardeio russo começou em 24 de fevereiro. O Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que o número de refugiados da Ucrânia chegou a 2 milhões.
Filippo Grandi, líder da Acnur, visitou países que têm recebido ucranianos, como a Polônia, a Romênia e a Moldávia.
“Em outras regiões do mundo, sim, observamos este cenário, mas na Europa é a primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial”, afirmou.
Neste 13º dia da invasão russa, as Forças Armadas ucranianas declararam mais cedo que o inimigo “continua em uma operação ofensiva, mas o ritmo de avanço de suas tropas diminuiu significativamente”.
O aparente recuo russo ocorre no momento em que as potências ocidentais intensificam as sanções econômicas sobre o país de Vladimir Putin e discutem seriamente um boicote ao petróleo russo, numa jogada que envolve a compra do produto na Venezuela pelos Estados Unidos.