“Putin cometeu um erro e vai pagar”, diz secretário-geral da Otan
Entidade anuncia que está deslocando força militar para países da organização a fim de se defender em caso de novos ataques russos
atualizado
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O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Soltenberg, atualizou a situação na Ucrânia, que vive o segundo dia de bombardeios russos. Segundo Soltenberg, há uma “invasão plena” no território do país do Leste Europeu.
Nesta sexta-feira (25/2), em pronunciamento transmitido ao vivo de Bruxelas, Soltenberg garantiu a proteção de países aliados. “Estamos movimentando parte da força de resposta da Otan por terra, ar e pelo mar. Estados Unidos, França, Canadá e países europeus deslocaram militares. Faremos o que for necessário”, frisou. Os soldados, segundo ele, serão distribuídos na região.
Soltenberg argumentou que a mobilização de forças para o Leste Europeu para fazer a paz, não alimentar a guerra.
Mais cedo, a entidade divulgou em um comunicado conjunto que a decisão de Putin de atacar a Ucrânia “foi um terrível erro de estratégia”. “Putin cometeu um erro e vai pagar”, disse Soltenberg.
“A Rússia está contestando valores de base da nossa democracia. A invasão da Ucrânia é uma das crises mais intensas”, ponderou.
Soltenberg voltou a defender o diálogo e a busca por uma solução diplomática para a crise geopolítica. “A Rússia precisa interromper sua ataque contra a Ucrânia. Esse é o caminho mais rápido”, salientou.
Kiev sitiada
Kiev, a capital do país e coração do poder, foi invadida pelos russos. As tropas bloquearam a entrada da cidade.
O prefeito da cidade de Kiev, Vitaly Klitschko, afirmou que o município entrou em fase defensiva. O Ministério do Interior ucraniano confirmou que militares do país iniciaram uma operação para tentar expulsar os invasores de Kiev.
A TV ucraniana está exibindo à população tutoriais de como montar coquetéis molotov — tipo de arma química incendiária. Essa seria uma forma de deter os invasores russos. Além disso, o governo confirmou a distribuição de 18 mil fuzis para civis.
Reação de Putin
Na primeira declaração pública após sitiar a capital ucraniana, Kiev, o presidente Putin pediu que militares do país derrubem o presidente Volodymyr Zelensky e tomem o poder.
“Neonazistas estão fazendo todo o povo ucraniano de refém. Assumam o controle. É melhor do que trabalhar com essas pessoas que fizeram a Ucrânia refém”, frisou.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Sanções
Na tentativa de conter a investida militar russa contra a Ucrânia, lideranças e entidades internacionais traçam um estratégia que faça Putin desistir do conflito.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votará a proposta de resolução que condena duramente os russos e determina a retirada imediata das forças russas na Ucrânia.
O Conselho da Europa determinou a suspensão “com efeito imediato” da participação da Rússia no Comitê de Ministros e na Assembleia Parlamentar após a invasão à Ucrânia, iniciada na madrugada da quinta-feira (24/2), horário de Brasília.