Otan expandirá missão naval no Mediterrâneo com foco em imigrantes e refugiados
Com a ação, haverá também um aumento nas missões de reconhecimento na fronteira entre Turquia e Síria
atualizado
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se envolverá na crise dos imigrantes e refugiados na Europa. Ministros de Defesa reunidos em Bruxelas aprovaram, nesta quinta-feira (11/2), a expansão da atual missão naval da Otan no Mar Mediterrâneo.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ash Carter, disse nesta quinta-feira que Grécia, Turquia e Alemanha se uniram a um acordo para a expansão da missão naval no Mediterrâneo. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que o foco da força será no monitoramento e na vigilância. “Não se trata de parar barcos de refugiados”, disse a autoridade. Segundo ele, haverá também um aumento nas missões de reconhecimento na fronteira entre Turquia e Síria.
Carter sugeriu que a missão da Otan terá como alvo “cartéis criminais” que traficam pessoas a partir da Turquia para a Grécia. Segundo o norte-americano, os comandantes militares da Otan foram solicitados a fazer recomendações sobre o escopo da missão.
Alemanha e Turquia surpreenderam parceiros nesta semana, ao dizer que iriam levantar a questão no âmbito da Otan. A Grécia inicialmente rejeitou o acordo, mas autoridades disseram que Atenas concordou após dialogar com a organização.
A Alemanha atualmente lidera a força da Otan no Mediterrâneo, o que significa que seria relativamente fácil expandir o papel da força naval, segundo autoridades. Carter disse que ministros da Defesa de Turquia, Grécia e Alemanha pressionaram para que a aliança começasse rapidamente a missão. “Esses três países enfatizaram a necessidade de que a Otan atue rapidamente, com o que os Estados Unidos concordam totalmente, porque é a vida e o destino dessas pessoas que está em jogo aqui”, enfatizou o secretário de Defesa.
A Turquia disse também que estava preparada para receber de volta refugiados resgatados do mar ou pegos pela Otan, disse uma fonte da organização.
Síria
Diplomatas reunidos em Munique e autoridades do setor de Defesa em Bruxelas buscavam dar novo impulso às conversas para acabar com a guerra civil na Síria e revitalizar a campanha militar contra o grupo extremista Estado Islâmico.
Em Bruxelas, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ash Carter, se encontrou com ministros da Defesa da coalizão contra o Estado Islâmico para definir planos para a campanha e buscar mais contribuições para o esforço, entre elas mais treinamento para as forças rebeldes sírias e os militares iraquianos.
As declarações de Carter sobre os planos, nas últimas semanas, tiveram como foco as operações para retomar Mossul, no Iraque, e Raqqa, na Síria, áreas controladas pelo Estado Islâmico.
A campanha aérea da Rússia na Síria dominava as conversas. Ataques aéreos russos e milícias do Irã que apoiam o presidente Bashar al-Assad têm avançado sobre as forças rebeldes apoiadas pelo Ocidente, o que permitiu que as forças do regime retomem território e minem as negociações de paz mediadas pela Organização das Nações Unidas.
O quadro pressiona os governos ocidentais e do Golfo, que lutam contra o Estado Islâmico e apoiam a insurgência contra Assad.
O governo dos EUA não parece interessado em confrontar diretamente a campanha aérea russa e a ofensiva em terra liderada pelos iranianos na Síria, preferindo defender a diplomacia.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que a campanha russa na Síria muda o equilíbrio estratégico e ameaça o esforço de paz. Segundo ele, os ataques aéreos na região de Aleppo provocam a fuga de muitas pessoas da região.
O governo da Rússia propôs 1º de março como data para um cessar-fogo na Síria. Autoridades norte-americanas, porém, desejam o fim da violência mais rápido, dizendo que Moscou pode estar buscando um prazo de três semanas para acabar com grupos rebeldes moderados.
As negociações de paz na Síria devem ser retomadas em 25 de fevereiro. O conflito já matou mais de 250 mil pessoas e é em grande medida responsável pela maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra. Além disso, o quadro permitiu que o Estado Islâmico ganhasse território em partes da Síria e do Iraque.