Otan define Rússia como “ameaça direta à paz” e sobe tom contra China
Cúpula da aliança militar aprovou novo conceito estratégico nesta quarta (29/6), na Espanha. China passou a ser considerada um “desafio”
atualizado
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) mudou de tom com relação à Rússia durante a reunião de países membros, nesta quarta-feira (29/6), e declarou o país como a “ameaça mais significativa e direta à paz”. Em novo conceito estratégico aprovado na cúpula, também a China passou a ser tratada como um “desafio” aos interesses, segurança e valores do grupo.
Os trinta países que fazem parte da aliança militar estão reunidos em Madri, capital da Espanha, desde essa terça-feira (28/6), em um encontro de dois dias considerado crucial para consolidar um resgate do propósito da Otan.
Durante a cúpula, os aliados anunciaram um novo conceito estratégico, atualizando o documento firmado em 2010 (leia aqui o novo documento na íntegra). Também foi formalizada a adesão da Suécia e da Finlândia ao grupo, além de consolidar o maior reforço militar desde a Guerra Fria.
Segundo o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, o documento é “muito diferente do acordado” há 12 anos. Em coletiva após o evento, ele detalhou que, enquanto no documento de 2010 a aliança classificava a Rússia como um “parceiro estratégico”, este novo posiciona o país como “a ameaça mais significativa e direta à nossa segurança”.
A visão da Otan com relação à China também sofreu mudanças. A nação, que antes nem era citada, passou a ser definida pelos aliados como um desafio aos “interesses, segurança e valores” do grupo, em razão de suas “ambições declaradas e políticas coercitivas”.
Conflito na Ucrânia
Fazendo coro ao discurso no início da semana em reunião do G7, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski se dirigiu aos aliados por videoconferência e cobrou mais ajuda dos países aliados. “Precisamos de sistemas muito mais modernos, artilharia moderna”, afirmou. O líder também acrescentou que o apoio econômico “não é menos importante que a ajuda em armas”.
A aliança militar garantiu o apoio à Ucrânia “pelo tempo que for preciso” para resistir à ofensiva do exército russo sobre o território. No encontro em Madri, os 30 membros da aliança condenaram a “crueldade terrível da Rússia, que causa imenso sofrimento humano”.
“Moscou tem total responsabilidade por esta catástrofe humanitária”, descrevem os membros na declaração final. “A guerra do presidente Vladimir Putin contra a Ucrânia destruiu a paz na Europa e criou a maior crise de segurança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, afirmou o secretário-geral Jens Stoltenberg.
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