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Otan convoca ministros da Defesa após série de ataques contra civis

Nesta quarta-feira (16/3), eles se reúnem em Bruxelas, sede da aliança militar coordenada pelos Estados Unidos

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Em Dnipro, Ucrânia, bombeiro vistoria cenário devastado por bombardeio russo em área residencial - Metrópoles
1 de 1 Em Dnipro, Ucrânia, bombeiro vistoria cenário devastado por bombardeio russo em área residencial - Metrópoles - Foto: Anadolu Agency /Getty Images

Em caráter extraordinário, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) convocou os ministros da Defesa da instituição para discutir uma nova estratégia contra a guerra na Ucrânia.

Nesta quarta-feira (16/3), eles se reúnem em Bruxelas, sede da aliança militar coordenada pelos Estados Unidos. O chamamento ocorre em meio a sucessivos ataques a civis ucranianos, com bombardeios em áreas residenciais.

Ucrânia, Finlândia, Suécia, Geórgia, países que não fazem parte da organização, além de representantes da União Europeia, participam do encontro.

Clique aqui e veja a cobertura completa da guerra na Ucrânia. 

A Otan tem feito uma série de movimentos na tentativa de deter a guerra. Na terça-feira (15/3), a entidade convocou uma cúpula extraordinária da aliança militar, em Bruxelas, para o dia 24 de março.

O recrudescimento da guerra fez o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mudar de ideia e viajar à Europa. Ele participará da reunião.

A viagem é simbólica e estratégica. A intenção de Biden é demonstrar união e fazer com que o presidente russo, Vladimir Putin, recue. Além disso, o norte-americano negociará com líderes europeus mais sanções econômicas contra a Rússia.

Zelensky fala no Congresso dos EUA

Emblemático e em tom de ultimato. O discurso do presidente da Ucrânia na sessão conjunta do Congresso dos Estados Unidos representa o sentimento de quase todo o planeta: é preciso parar a guerra. O chefe do país que vem sendo atacado pela Rússia desde 24 de fevereiro voltou a pedir apoio internacional. Também avisou que a investida do presidente russo, Vladimir Putin, está cada vez mais violenta.

Zelensky detalhou o sofrimento da população ucraniana e repetiu que se o conflito não tiver um cessar-fogo, o mundo estará em risco. “Nunca pensamos em desistir de defender a Ucrânia”, frisou. O mandatário ucraniano defendeu a criação de uma “união de países que parem conflitos rapidamente”.

A Ucrânia viveu mais uma madrugada de ataques massivos. “É uma ofensa brutal aos nossos valores humanos básicos. Tanques contra a liberdade de escolhermos o nosso futuro”, criticou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Na fala, Zelensky citou o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 e o comparou com o ataque a Pearl Harbour, que foi usado como motivação para os Estados Unidos entrarem na 2ª Guerra Mundial. “Estamos vivendo isso todas as noites há três semanas em todas as cidades. A Rússia transformou o céu da Ucrânia em uma fonte de mortes. Eles já dispararam mil mísseis contra a Ucrânia”, frisou.

Ele voltou a pedir uma zona de exclusão aérea da Ucrânia. A medida proíbe a circulação de a qualquer aeronave de voar na região e permite o abatimento, em caso de desrespeito.

Zelensky agradeceu as sanções econômicas e a ajuda militar, financeira e humanitária. “Os Estados Unidos nos ajudaram a deter o agressor. Precisamos de mais restrições até que a máquina russa pare”, recomendou, ao pedir que todos os políticos russos sofram sanções. Ele ainda pediu que todas as empresas norte-americanas saiam da Rússia.

É raro um  líder de uma nação discursar em uma sessão conjunta do Congresso norte-americano. Antes, Kamehameha, o rei do Havaí, e o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill fizeram declarações, por exemplo.

Acusações de Putin

Numa tentativa de ofuscar o discurso de Volodymyr Zelensky na sessão conjunta do Congresso norte-americano, o presidente russo, Vladimir Putin, fez uma série de acusações contra o líder ucraniano. As declarações foram quase que simultâneas.

Em declarações no Kremlin, sede do governo russo, nesta quarta-feira (16/3), Putin afirmou que Zelensky tinha planos de atacar Donbass, região separatista pró-russa, e a Crimeia, área dominada e anexada ao território russo em 2014.

Apesar das declarações que inflamam ainda mais o conflito, Putin se disse “aberto” a negociações com a Ucrânia para um cessar-fogo.

Mais bombardeios

A madrugada na Ucrânia seguiu a tendência dos últimos dias: bombardeios massivos e civis na mira das tropas militares. Kiev, capital e coração da política, e cidades do sul ucraniano, que dão acesso ao Mar Negro, importante rota comercial, são as mais afetadas.

A Ucrânia divulgou mais dois ataques a áreas residenciais. Em Kiev, pelo terceiro dia seguido, um prédio civil foi atingido por bombardeios russos. Felizmente, o serviço de emergência ucraniano não registrou mortos. Entretanto, em Kharkiv, a segunda maior cidade, explosões fizeram duas vítimas.

Segundo as autoridades, duas construções residenciais se tornaram alvo no distrito de Nemyshlyansky, em Kharkiv. Com o desmoronamento delas, os bombeiros e socorristas precisaram fazer o resgate de quatro pessoas que ficaram embaixo dos escombros. Duas não resistiram.

Em Kiev, um prédio civil de 12 andares, no distrito de Shevchenkivskyi, foi alvo dos ataques russos. Às 6h16 (horário da Ucrânia), fragmentos de bombas acertaram o local. O último andar foi destruído, assim como uma construção de nove pavimentos ao lado.

 

 

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