Otan condena apoio russo a dissidentes. Boris Johnson vê mau presságio
Vladimir Putin anunciou nesta segunda que seu país reconhece a independência de Luhansk e Donetsk, regiões separatistas na Ucrânia
atualizado
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A decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de reconhecer a independência de duas regiões onde há lutas separatistas na Ucrânia está gerando uma onda de protestos e ameaças de sanções e reações entre os líderes mundiais. O primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, por exemplo, participou de uma conferência de imprensa nesta segunda-feira (21/2) e chamou o ato de Putin de “mau presságio” e de “sinal muito sombrio”.
“Isso é claramente uma violação do direito internacional. É uma violação, uma violação flagrante da soberania e integridade da Ucrânia”, disse Johnson, durante entrevista coletiva que tinha como assunto principal a retirada, na Inglaterra, de restrições para evitar o contágio pela Covid-19. “É ainda mais uma indicação de que as coisas estão indo na direção errada na Ucrânia”, concluiu Boris Johnson.
Usando termos ainda mais duros, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), general Jens Stoltenberg, divulgou comunicado condenando o reconhecimento das regiões de Luhansk e Donetsk como repúblicas independentes.
“Condeno a decisão da Rússia de reconhecer as autoproclamadas ‘República Popular de Donetsk’ e ‘República Popular de Luhansk’. Isso prejudica ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, corrói os esforços para a resolução do conflito e viola o Acordo de Minsk, do qual a Rússia é parte”, disse Stoltenberg, referindo-se a um acordo diplomático.
Stoltenberg ainda culpou a Rússia por “[continuar] a alimentar o conflito no leste da Ucrânia, fornecendo apoio financeiro e militar aos separatistas”, e disse que o país “está tentando encenar um pretexto para invadir a Ucrânia mais uma vez”.
Por fim, Stoltenberg disse que a Otan apoia a soberania e a integridade territorial da Ucrânia “dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas” e disse que a aliança cobra a Rússia “nos termos mais fortes possíveis a escolher o caminho da diplomacia e reverter imediatamente sua massiva presença militar ao redor da Ucrânia”.
Ucrânia recorre aos EUA
Após ter sido chamado de “marionete dos Estados Unidos” em discurso de Putin nesta segunda, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, escreveu nas redes sociais que “discutiu os eventos das últimas horas com o presidente dos EUA” e que estava reunido com seus conselheiros de segurança.
Os EUA tem pressionado a Rússia a recuar em suas intenções bélicas e ameaçado com sanções, mas ainda não houve um posicionamento nesta segunda.
Veja a postagem:
Discussed the events of the last hours with @POTUS. We begin the meeting of the National Security and Defense Council. A conversation with @BorisJohnson is also planned.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) February 21, 2022