Venezuela: oposição a Maduro denuncia ao menos 37 prisões arbitrárias
Acusação foi feita pela líder da oposição, María Corina Machado, em entrevista nessa segunda (17/6). Ela foi impedida de concorrer ao pleito
atualizado
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A oposição na Venezuela acusou o governo Nicolás Maduro de prender, de forma arbitrária, membros da campanha eleitoral de Edmundo González e outros ativistas políticos. A acusação foi feita pela líder da oposição, María Corina Machado, em entrevista coletiva nessa segunda-feira (17/6).
Segundo María, que foi impedida de participar das eleições e de ocupar cargos públicos por 15 anos, 37 pessoas já foram presas em 2024 em meio à corrida eleitoral.
Do número, dez fazem parte diretamente de seu movimento político e estão ligados à campanha de González. Além disso, outras seis pessoas ligadas a sua equipe estão asiladas na embaixada da Argentina em Caracas, após serem alvos de mandados de prisão.
As últimas prisões aconteceram no início da semana, quando dois colaboradores foram detidos em Caracas ao sair da sede da oposição para comprar almoço.
Segundo a dirigente, Gabriel González e Javier Cisneros foram acusados de “instigação ao ódio e associação para delinquir pelo simples fato de acompanhar nosso candidato, Edmundo González, em uma atividade em Vargas [estado venezuelano]”.
O motivo da prisão é semelhante à maior parte dos mandados de prisão expedidos pelo Ministério Público contra opositores, acusados de conspirar para promover violência na Venezuela durante a corrida eleitoral.
“O que estamos vivendo nestas horas na Venezuela é o regime criminalizando a via eleitoral, criminalizando a atividade eleitoral e a campanha”, declarou Machado.
Maduro sob risco
Com o dia das eleições se aproximando, a última pesquisa eleitoral sobre o pleito mostra que a população venezuelana pode tirar Nicolás Maduro do poder após mais de dez anos.
Segundo levantamento divulgado pela ORC Consultores, no fim de maio, o líder chavista aparece com apenas 13,70% das intenções de voto contra 50,74% do candidato da oposição, Edmundo González.
Apesar do cenário desanimador para o sucesso de Hugo Chávez, Maduro anunciou que aceitaria o resultado das urnas e facilitaria uma possível transição de poder na Venezuela.