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Oposição está em festa na Alemanha após eleição europeia

Sociais democratas, verdes e liberais, que governam a Alemanha desde 2021, devem fazer 30 dos 96 assentos no Parlamento Europeu

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Sven Hoppe/picture alliance via Getty Images
Foto colorida do União Democrata Cristã (CDU) da Alemanha após vitória no Parlamento Europeu - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do União Democrata Cristã (CDU) da Alemanha após vitória no Parlamento Europeu - Metrópoles - Foto: Sven Hoppe/picture alliance via Getty Images

Com a votação na Alemanha encerrada às 18h do horário local (13h de Brasília) deste domingo (9/6), os conservadores dos partidos irmãos União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU) devem manter a dianteira no Parlamento Europeu com 30% dos votos, o que garantiria a eles 29 dos 96 assentos na câmara baixa da União Europeia (UE), segundo pesquisas de boca de urna.

O resultado é idêntico ao da eleição anterior, em 2019, quando a CDU fez 23 cadeiras e o CSU, 6, e está em linha com os 30% projetados por pesquisas anteriores.

O segundo grande vencedor das eleições europeias deve ser a ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), com 16 assentos – um crescimento de quase 50% em relação a 2019, quando a sigla elegeu 11 eurodeputados.

O desempenho é notável, principalmente considerando a exposição negativa que a AfD teve devido a escândalos que mancharam a imagem de dois eurodeputados acusados de favorecer interesses da China e da Rússia.

Uma mulher e um homem se abraçam e sorriem. Eles estão cercados por uma multidão que também sorri e aplaude. Ao fundo há bandeiras da Alemanha

Atrás da AfD vem o Partido Social Democrata (SPD), do chanceler federal Olaf Scholz, com 14 cadeiras pelas pesquisas de boca de urna – duas a menos que em 2019.

Já os outros dois membros da coalizão governista, o partidos dos Verdes e o Partido Liberal Democrático (FDP), também registraram baixas. Os Verdes sofreram o maior tombo, e devem perder quase metade das 21 cadeiras conquistadas em 2019, encolhendo sua bancada para 12 eurodeputados. O FDP deve perder um assento e ficar com quatro parlamentares.

Juntos, os partidos da coalizão de governo alemã têm, segundo as pesquisas de boca de urna, 30,9% dos votos – longe da maioria necessária que viabilizou a aliança que gere o país desde 2021, e que hoje é aprovada por apenas 22% do eleitorado.

Eleição é vista como teste eleitoral para Scholz

A eleição europeia é vista como um teste eleitoral para Scholz, cujo partido assumiu o posto máximo de governo do país em 2021 com 25,7% dos votos.

Diante da guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, mas também do fraco desempenho da economia alemã, a popularidade do chanceler federal vem caindo junto com a de seus parceiros de governo.

A paz, a estabilidade social e a migração são considerados temas prioritários em detrimento da agenda climática, que em 2019 favoreceu uma expansão do partido verde alemão no Parlamento Europeu.

A discussão da proteção do clima tornou-se polarizada, e muitas medidas – como o banimento de carros novos com motor a combustão na UE a partir de 2035 – não são endossadas pela maioria do eleitorado alemão.

Novo partido emerge como 5ª maior força e desbanca esquerda

A julgar pelas pesquisas de boca de urna, o partido A Esquerda também deve diminuir sensivelmente, de cinco para três assentos – a sigla parece ter perdido uma parte do eleitorado que migrou para a recém fundada Aliança Sahra Wagenknecht (BWS), ex-Esquerda, que faria, segundo as pesquisas, outros seis eurodeputados.

O BWS é um partido populista que combina a defesa de políticas sociais a uma visão eurocética e anti-imigração. Seu reduto eleitoral é o leste alemão – ali, em setembro, três estados realizarão eleições regionais: Brandemburgo, Saxônia e Turíngia.

As siglas nanicas registraram uma leve expansão, e devem levar 11 assentos, dois a mais que em 2019.

Eleição não é muito popular entre os alemães

Com mais de 84 milhões de habitantes, a Alemanha é o país mais populoso da UE e detém, por isso, o maior número de assentos no Parlamento Europeu, seguida de França (86), Itália (76) e Espanha (61). Destes, 60,9 milhões alemães estavam aptos para votar, sendo que 4,8 milhões podiam fazê-lo pela primeira vez.

Esta é também a primeira eleição europeia aberta na Alemanha a jovens a partir dos 16 anos – esse direito, até então, era restrito a jovens a partir dos 18 anos.

A taxa de comparecimento às urnas, porém, ainda não foi divulgada. Até o início da tarde (horário local), 32% dos eleitores haviam comparecido às urnas – as eleições europeias têm tradicionalmente uma baixa taxa de comparecimento, mas o interesse do eleitorado vem aumentando desde 2014.

Eleições municipais em oito estados

Paralelo às eleições europeias, nove estados alemães realizam eleições municipais: Baden-Württemberg, Brandemburgo, Hamburgo, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, Renânia-Palatinado, Sarre, Saxônia, Saxônia-Anhalt e Turíngia, que volta às urnas para o 2º turno.

Ainda não se sabe como a AfD pontuará nas eleições regionais. Os resultados só devem ser conhecidos a partir de segunda-feira, após a contagem dos votos ao Parlamento Europeu.

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