ONU teme que tensão em Gaza possa piorar nos próximos dias
Pelo menos 16 palestinos morreram e cerca de 2 mil ficaram feridos na Marcha do Retorno, um protesto que ocorre na Faixa de Gaza
atualizado
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A ONU afirmou que teme que a situação em Gaza se deteriore nos próximos dias e pediu que Israel só utilize “força letal” como último recurso. As afirmações foram feitas nesta sexta-feira (30/3) pelo subsecretário de Assuntos Políticos da ONU, Tayé-Brook Zerihoun, em uma reunião de emergência convocada pelo Conselho de Segurança para analisar a violência registrada na sexta na Faixa de Gaza.
Pelo menos 16 palestinos morreram e cerca de 2 mil ficaram feridos na Marcha do Retorno, um protesto organizado pelo Hamas na fronteira entre Gaza e Israel. A reunião do Conselho de Segurança seria fechada, mas, ao não haver consenso sobre a publicação de uma declaração conjunta no fim do encontro, decidiu-se que o encontro fosse aberto.
Zerihoun pediu que as tropas israelenses assumam uma postura de “máxima contenção”, a fim de evitar mais mortes. “A força letal só deve ser usada como último recurso”, disse Zerihoun, que pediu uma “adequada investigação” sobre os fatos ocorridos na sexta.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, por meio de um porta-voz, afirmou estar “profundamente preocupado” com a violência em Gaza e pediu uma investigação independente e transparente. “Essa tragédia ressalta a urgência de revitalizar o processo de paz na região”, afirmou o porta-voz, Farhan Haq.
A reunião do Conselho de Segurança, convocada a pedido do Kuwait, durou cerca de duas horas e meia. Algumas das principais potências, como Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia, estavam representadas por diplomatas de segundo ou terceiro escalão.
O embaixador da Suécia, Carl Skau, classificou a situação em Gaza como “terrível”. “Nossa prioridade agora deve ser evitar uma escalada maior. Todas as partes, particularmente as forças de segurança de Israel, devem adotar a contenção”, afirmou.
Nenhum representante de Israel participou do encontro. Como convidado, Riyad Mansour, diplomata palestino, considerou como “massacre” os fatos registrados na sexta em Gaza. “A maioria dos manifestantes era pacífica, não representava nenhuma ameaça para as forças de segurança de Israel”, disse Mansour.