1 de 1 Em discurso na ONU, embaixadora dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield, rechaça bombardeio russo em usina na Ucrânia. Ela fala ao microfone, tem pele escura e cabelo chanel - Metrópoles
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Em um dos discursos mais fortes, a embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, fez alertas ao mundo sobre as intenções do presidente russo, Vladimir Putin, e cobrou “compromisso” da Rússia com os direitos humanos.
As declarações foram dadas na reunião do Conselho de Segurança. “Está claro que Putin tem um plano para destruir e aterrorizar a Ucrânia. Estamos preocupados com o fato de o mundo precisar estar preparado para um caminho muito longo e muito difícil à frente”, frisou.
Linda refletiu. “Se as últimas duas semanas nos mostraram alguma coisa, é que o povo ucraniano não vai desistir. E muitos russos, incluindo muitos soldados russos, não querem essa guerra”, ponderou.
A embaixadora subiu ainda mais o tom. “Putin está claramente disposto a sacrificar a vida de milhares de soldados russos para alcançar suas ambições pessoais”, salientou.
A onda de refugiados também foi abordada pela diplomata norte-americana. Segundo ela, os Estados Unidos estão “indignados” com a situação.
“Estamos em crescente preocupação com a proteção de civis neste conflito, particularmente mulheres e meninas vulneráveis à violência de gênero, ucranianos LGBTQI, bem como a população de idosos e pessoas com deficiência da Ucrânia”, concluiu.
Linda encerrou pedindo a Moscou que forneça um “compromisso firme, claro, público e inequívoco para permitir e facilitar o acesso humanitário imediato e desimpedido para parceiros humanitários na Ucrânia”.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
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Onda de refugiados
A saída de civis pelos corredores humanitários começou pelas cidades de Sumy e Irpin. As primeiras fugas ocorreram por volta das 4h30, pelo horário de Brasília. “Mais de 150 pessoas foram retiradas e as evacuações continuam acontecendo”, disse Oleksiy Kuleba, governador de Kiev.
Segundo o ministério de defesa da Rússia, nesta terça-feira foram abertos corredores humanitários para que os moradores de Kiev, Kharkiv, Mariupol, Chernigov e Sumy possam sair com segurança das cidades.
Zelensky gravou pronunciamento nas ruas de Kiev, em frente a barricadas. “A primavera é parecida com a guerra. A primavera é dura, mas vai ficar tudo bem. Vamos vencer”, frisou.
O bombardeio russo começou em 24 de fevereiro. O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que o número de refugiados da Ucrânia chegou a 2 milhões.