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ONU pede moderação na Venezuela; Guaidó convoca greve geral

O líder oposicionista a Nicolás Maduro disse que haverá manifestações até que o presidente deixe o poder

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Crisis in Venezuela
1 de 1 Crisis in Venezuela - Foto: Rafael Hernandez/picture alliance via Getty Images

O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou preocupação com a ação violenta das forças de seguranças da Venezuela contra os manifestantes que saíram às ruas para pedir a saída do presidente Nicolás Maduro. Por meio do Twitter, a ONU pediu a todas as partes envolvidas que sejam moderadas e “renunciem à violência”. Até o momento, duas pessoas morreram em decorrência dos protestos.

Para esta quinta-feira (02/05/2019), o autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou a população para fazer uma greve geral, com paralisações gradativas. Segundo ele, haverá manifestações diárias até Nicolás Maduro deixar o poder.

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Desde a última terça-feira (30/04/2019), manifestações ocorrem na capital venezuelana, Caracas, e em outras cidades. O líder da oposição a Maduro disse que é chegada a hora de acabar com a “usurpação do poder” e exige a saída do presidente.

Nas redes sociais, Guaidó disse nessa quarta-feira (01/05/2019) que houve 397 manifestações em todo o país, 97 pontos de concentração, dos quais 23 foram brutalmente reprimidos. Além disso, segundo ele, 32 pessoas foram presas e 25 ficaram feridas nos conflitos.

“Estamos diante de um regime que perdeu o controle. Quanto mais formos às ruas, mais perto estamos”, afirmou o líder oposicionista no Twitter.

Os protestos têm sido marcados por combates entre manifestantes e as forças de segurança do governo que ainda estão do lado do presidente venezuelano. Em imagens transmitidas pela televisão durante os conflitos, um blindado passou em cima de protestantes. Ao menos 52 pessoas ficaram feridas e precisaram de atendimento médico. Um homem foi baleado e levado a um hospital de Caracas.

Apoio dos militares
Nessa terça-feira (30/04/2019), o líder oposicionista convocou a população para ir às ruas, após afirmar que teve apoio das Forças Armadas para “acabar com a usurpação de poder” do governo Maduro. Os venezuelanos ocuparam alguns pontos da capital, Caracas, o que provocou reação de Nicolás Maduro e clima de tensão na cidade.

 

Intervenção militar
Apesar de o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, ter dito anteriormente que uma intervenção militar era possível, a Casa Branca fez uma reunião com autoridades de segurança nacional para discutir a posição do país em relação à Venezuela. Até o momento, no entanto, todas as opções estão em análise, mas nenhuma ação militar no país é iminente.

O governo Brasileiro também adotou um tom de cautela e descartou o uso do território brasileiro para uma ação norte-americana de intervenção na Venezuela. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que monitora a situação no país e se disse preocupado com possíveis impactos no Brasil, como o aumento do preço do combustível e o fornecimento de energia, uma vez que o Estado de Roraima não está ligado à rede brasileira e depende do abastecimento venezuelano.

Nesta sexta-feira (03/05/2019), países integrantes do Grupo de Lima vão se reunir para tratar da crise no país. No entanto, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ainda não confirmou a presença brasileira.

Dia do Trabalho
Também nas redes sociais, o presidente Nicolás Maduro publicou duas mensagens para parabenizar os venezuelanos pelo Dia do Trabalho. “A classe trabalhadora tem em mim um presidente que sempre defenderá seus direitos e reivindicações, fazendo frente ao império e a seus lacaios que pretendem arrancar nossas conquistas: fracassarão. Nós vamos vencer”, assinalou na publicação.

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