ONU: países condenam invasão da Ucrânia, mas Rússia veta punição
Resolução obteve número de votos suficientes para aprovação. No entanto, a Rússia, membro permanente e presidente do grupo, vetou a medida
atualizado
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A Rússia foi alvo de duras críticas durante a reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Os embaixadores fizeram apelos ao presidente russo, Vladimir Putin, para a retirada das tropas.
A entidade reuniu seus países-membros para votar uma proposta de resolução que condenaria os russos e determinaria a retirada imediata das forças militares da Ucrânia. No entanto, a medida foi vetada, apesar de ter votos suficientes para aprovação.
Eram necessários ao menos nove votos para aprovar a resolução. O texto conseguiu o apoio de 11 nações — inclusive do Brasil. Contudo, a Rússia votou contra e vetou a medida. China, Emirados Árabes Unidos e Índia se abstiveram.
O Conselho de Segurança é composto por 15 nações, sendo cinco permanentes. Por ser um dos membros permanentes, a Rússia tem poder de veto. Além disso, a nação de Putin exerce a presidência do órgão neste momento. Veja como votaram os países:
A favor da resolução:
- Estados Unidos
- Reino Unido
- França
- Noruega
- Irlanda
- Albânia
- Gabão
- México
- Brasil
- Gana
- Quênia
Contra a resolução:
- Rússia
Se abstiveram:
- República Popular da China
- Índia
- Emirados Árabes Unidos
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfied, defendeu a penalização sumária da Rússia. Para ela, essa seria uma forma de frear o conflito armado.
“A Rússia pode vetar a resolução, mas não pode vetar as nossas vozes, nossas verdades e o povo da Ucrânia. Você não pode vetar a sua culpa”, criticou.
Antes da votação, a embaixadora do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward, declarou que a obrigação da entidade é defender vidas e criticou os argumentos usados pelos russos para justificar a invasão. “Estão esmagando civis e pessoas estão sendo atacadas em todas as frentes”, frisou.
“Em nome da humanidade, que Putin retire as tropas. Precisamos parar a guerra”, apelou o embaixor da Albânia na ONU, Ferit Hoxha.
Ele também reclamou do veto. “Lamentamos a decisão da Rússia de vetar. Seu valor foi tomado refém ao contrário. Não é o fim dos nossos esforços. Vamos continuar a condenar essa agressão sem sentido”, finalizou.
O Brasil
O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Silva, condenou os ataques russos e disse que o mundo “precisa se livrar da guerra” e que “a paz e a lei internacional precisam prevalecer”.
“O Conselho de Segurança precisa agir rapidamente contra o uso da força. Precisamos criar as condições de diálogo. Temos que terminar esse conflito”, argumentou.
Costa Silva disse que o Brasil apoia a busca do “equilíbrio” e chamou de “inaceitável” a invasão do território ucraniano.
“Mantemos nossa convicção de que ameaças e força não vão levar a um acordo. A ação militar vai minar a fé na lei internacional e colocar a vida de milhares de pessoas em risco. É nosso dever perseguir a imediata suspensão das hostilidades. Renovamos nosso apelo para total fim das hostilidades para a retomada das negociações diplomáticas.”
“Uma linha foi cruzada, esse conselho não pode ficar em silêncio”, diz embaixador do Brasil na ONU ao votar a favor de resolução contra a Rússia
Ronaldo Costa Filho afirmou que preocupações de segurança não justificam ameaças à soberania de outra nação.
Tradução: @SamPancher pic.twitter.com/xUa4cqFzMU
— Metrópoles (@Metropoles) February 25, 2022
Ao longo desta sexta-feira, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia aprovaram mais uma série de sanções contra a Rússia e o próprio presidente Putin.
A Ucrânia vive o segundo dia de bombardeios. Nesta sexta-feira, a capital Kiev, centro do poder, foi invadida por tropas russas. Putin recomendou que militares ucranianos deem um golpe no governo.