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ONU: Lula vê relação com Zelensky piorar e é criticado por queimadas

Lula retorna da viagem a Nova York sem trégua em atrito com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Questão ambiental também foi pauta

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Presidente Lula em coletiva em Nova York - Metrópoles
1 de 1 Presidente Lula em coletiva em Nova York - Metrópoles - Foto: Sam Prancher/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou ao Brasil após passagem por Nova York, Estados Unidos, onde participou da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Durante a viagem, o petista viu sua relação com o presidente Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se deteriorar em meio à troca de farpas entre os líderes. Além disso, Lula foi cobrado por contradições em seu discurso voltado à agenda ambiental.

O titular do Planalto viajou com o objetivo de defender bandeiras que são marca da diplomacia neste terceiro mandato, a exemplo da defesa da reforma de organismos internacionais, o combate às mudanças climáticas e a aliança contra a pobreza e a fome. Os temas são prioridades da presidência brasileira no G20.

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Lira, Lula e Pacheco se reuniram para falar à imprensa durante visita a NY
Presidente Lula discursa na ONU
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Lula durante pronunciamento na ONU

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Lira, Lula e Pacheco se reuniram para falar à imprensa durante visita a NY

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Presidente Lula discursa na ONU

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No entanto, as guerras em curso no Oriente Médio e no Leste Europeu tomaram uma parte importante das discussões no âmbito da Assembleia da ONU. A sessão ocorreu em meio à escalada dos ataques do exército israelense contra o Líbano. A ação já deixou mais de 600 mortos.

Lula dedicou parte do seu discurso na abertura na assembleia, na terça-feira (24/9), para condenar os conflitos. “O uso da força, sem amparo no direito internacional, está se tornando a regra. Presenciamos dois conflitos simultâneos com potencial de se tornarem confrontos generalizados”, disse o presidente.

Ele citou a guerra entre Ucrânia e Rússia, que, segundo Lula, não tem perspectiva de paz. “Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar”, pontuou o chefe do Executivo brasileiro.

“Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento. Essa é a mensagem do entendimento de seis pontos que China e Brasil oferecem para que se instale um processo de diálogo e o fim das hostilidades.”

Zelensky responde

Já na quarta (25/9), foi a vez de Zelensky discursar na Assembleia Geral da ONU. Em sua fala, o presidente ucraniano subiu o tom e questionou o “real interesse” do Brasil na intermediação pela paz.

Vocês não aumentarão seus poderes à custa da Ucrânia. Os planos alternativos para acabar com a guerra na Ucrânia só dão mais espaço político para que a Rússia continue com a guerra”, esbravejou Zelensky.

Mais tarde, em entrevista a jornalistas, Lula rebateu a afirmação. “Ele tem que ser contra ocupação territorial, obrigação dele. O que ele não está conseguindo fazer é a paz”, respondeu o petista. E emendou: “Ele, se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar. Isso depende de capacidade de sentar e conversar. Ouvir o contrário e tentar chegar num acordo.”

Questão climática

Outro ponto que gerou discussão durante a viagem de Lula a Nova York foi a agenda ambiental, tema tido como prioritário para o petista. Em seu discurso na abertura da assembleia, Lula afirmou que o mundo “está farto de acordos climáticos não cumpridos” e que o governo federal “não terceiriza responsabilidade”. A viagem do petista aconteceu enquanto o país enfrenta a maior onda de incêndios dos últimos anos.

A declaração de Lula, porém, foi questionada pela imprensa internacional. O Washington Post publicou um texto produzido pela agência Associated Press que destaca o contraste entre o discurso e a crise das queimadas. “Lula fala sobre clima na ONU, mas incêndios na Amazônia minam sua mensagem”, diz o título.

A reportagem cita paralisação de servidores do meio ambiente, que durou cerca de seis meses, e afetou ações de fiscalização. Também aponta contradições entre a política ambiental e energética do governo.

No Brasil, ambientalistas classificaram o discurso de Lula de “tímido”. Eles citam a promessa do presidente de divulgar, até o final do ano, meta climática brasileira (NDC) alinhada ao acordo de Paris que pede a manutenção do aquecimento do planeta abaixo de 1,5 °C.

“Lula fez uma fala tímida sobre a ambição climática necessária no atual momento, apesar de ter elencado os profundos e graves impactos que já vivemos”, avalia Stela Herschmann, assessora de Política Internacional do Observatório do Clima. “Se o Brasil quer liderar a agenda climática pelo exemplo, o presidente deveria estar dando sinais de que isso significa na prática, como vai se afastar dos combustíveis fósseis, por exemplo”, completa.

Outro ponto criticado durante a passagem do petista foi um encontro, fora da agenda, com executivos da Shell, que tem interesse em explorar petróleo na região da Margem Equatorial.  À imprensa, Lula disse não ver contradição no gesto.

“Conversei com uma empresa que tem investimentos há 100 anos no Brasil, que continua investindo no Brasil, é sócia da Petrobras, e ela só vai para a Margem Equatorial quando o governo brasileiro autorizar a Petrobras a fazer a pesquisa na Margem Equatorial. É só isso”, ressaltou o presidente.

“A gente não está em um mundo que a gente pode dizer que pode acabar o combustível fóssil, que vai ter combustível alternativo. É preciso que a gente fale isso, e a gente aponte como é que vai viver o planeta terra sem energia fóssil até a gente se dotar de autossuficiência de outro tipo de energia.”

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