Na ONU, Lula cobra países por tributação global a super-ricos
Presidente Lula criticou aumento dos lucros das 150 maiores empresas e da fortuna dos cinco principais bilionários do mundo
atualizado
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Nova York — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira (24/9), na abertura da sessão de debates da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), uma cooperação internacional para que o mundo desenvolva padrões mínimos de tributação global. O chefe do Executivo fez o tradicional discurso brasileiro inaugural dos trabalhos em Nova York, nos Estados Unidos.
“A fortuna dos 5 principais bilionários mais que dobrou desde o início desta década, ao passo que 60% da humanidade ficou mais pobre”, disse Lula, completando: “Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora”.
“Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido na cooperação internacional para desenvolver padrões mínimos de tributação global”, discursou Lula, na ONU. A tributação dos super-ricos tem sido uma bandeira do petista e de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A proposta de taxação dos super-ricos foi, aliás, uma das propostas apresentadas pelo Brasil na Presidência do G20 neste ano de 2024.
Lula também salientou que os dados divulgados há dois meses pela FAO sobre o estado da insegurança alimentar no mundo são “estarrecedores”.
“O número de pessoas passando fome ao redor do planeta aumentou em mais de 152 milhões desde 2019. Isso significa que 9% da população mundial (733 milhões de pessoas) estão subnutridas”, afirmou o petista.
Depois, ele disse que a fome não é resultado apenas de fatores externos, como pandemias, conflitos armados, eventos climáticos e subsídios agrícolas dos países ricos. “Ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas”, criticou Lula.
O discurso de Lula durou cerca de 19 minutos e também tocou em temas como o combate às mudanças climáticas e a reforma da governança global.
Depois de Lula, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, profere o segundo discurso de um líder. No entanto, este ano, o foco no país norte-americano está reduzido, já que o mandatário não disputa a reeleição e está no fim de seu mandato..