ONU acusa Israel de atacar sua sede no Líbano e ferir soldados da paz
Em um comunicado, missão de paz da ONU no Líbano disse que dois soldados ficaram feridos após o ataque com um tanque de guerra
atualizado
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A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou Israel de atacar três bases de sua missão de paz no Líbano, incluindo a sede, em meio ao avanço das forças israelenses no território libanês na luta contra o Hezbollah. O caso recente aconteceu na manhã desta quinta-feira (10/10).
De acordo Força Interina da ONU no Líbano (Unifil), dois soldados da missão de paz no país ficaram feridos e foram levados para uma unidade hospitalar.
“Esta manhã, dois soldados da paz ficaram feridos depois que um tanque Merkava das Forças de Defesa de Israel (FDI) disparou sua arma em direção a uma torre de observação na sede da Unifil em Naqoura, atingindo-a diretamente e fazendo-os cair”, disse a missão da ONU no Líbano em um comunicado. “Os ferimentos, felizmente, desta vez, não são sérios, mas eles permanecem no hospital”.
Além disso, a Unifil acusa Israel de atirar contra um bunker localizado em uma outra base “onde soldados da paz estavam abrigados”, danificando veículos e um dos sistemas de comunicação do local.
Um outro ataque israelense teria acontecido nessa quarta-feira (9/10), com a ação resultando na desativação de câmeras de monitoramento.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram o ataque, e acusaram o Hezbollah de estar operando nas proximidades da sede da missão da ONU no país.
‘A organização terrorista Hezbollah opera dentro e perto de áreas civis no sul do Líbano, incluindo áreas próximas dos postos da Unifil”, disse as FDI em um comunicado. “Esta manhã (quinta-feira), tropas das FDI operaram na área de Naqoura, próximo a uma base da UNIFIL. Assim, as FDI instruíram as forças da ONU na área a permanecerem em espaços protegidos, após o que as forças abriram fogo na área”.
Relação tensa com a ONU
As acusações da ONU surgem no momento em que o governo de Benjamin Netanyahu se afasta, cada vez mais, da organização.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, Israel tem acusado a ONU de ser conveniente com ações terroristas contra seu território, como a incursão do Hamas em 7 de outubro de 2023.
A ONU, por sua vez, tem condenado a brutalidade israelenses durante a guerra na Faixa de Gaza, que já deixou mais de mais de 42 mil mortos.
Com a tensão na relação se esticando nos últimos meses, a administração de Netanyahu declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, como “persona non grata” na última semana. Além disso, Israel proibiu o chefe da organização de entrar no país.