ONU: igualdade de gênero só deve ser alcançada daqui a 300 anos
Secretário-geral da ONU afirmou que progressos na igualdade de gênero estão “desparecendo diante de nossos olhos”
atualizado
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A desigualdade de gênero deve continuar a afetar mulheres do mundo pelos próximos 300 anos, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). “O progresso nos direitos das mulheres conquistado ao longo de décadas está desaparecendo diante de nossos olhos”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Na abertura da 67ª Sessão da Comissão da ONU sobre o Estatuto da Mulher, Guterres chamou a atenção ao regresso da igualdade de gênero, destacando a situação vivida por mulheres e meninas no Afeganistão, onde a presença feminina na vida pública foi apagada.
O secretário-geral acrescentou que “igualdade de gênero é uma questão de poder” e destacou três ações urgentes para mitigar a questão.
Para Guterres, é necessário aumentar o acesso à educação, renda e emprego para mulheres, principalmente no Hemisfério Sul do planeta. Além disso, ele defende que as autoridades devem promover a participação e liderança femininas em ciência e tecnologia, desde governos até em salas de reuniões e escolas.
Progress in women’s rights won over decades is vanishing before our eyes.
On the current track, gender equality is 300 years away.
Together, let’s push back against misogyny and forward for women, girls & our world.
— António Guterres (@antonioguterres) March 7, 2023
“Sem a perspicácia e a criatividade de metade do mundo, a ciência e a tecnologia realizarão apenas metade de seu potencial”, alertou Guterres, de acordo com a Rádio França Internacional (RFI).
Segundo o secretário-geral da ONU, a maioria das 3 bilhões de pessoas ainda não conectadas à internet são mulheres e meninas de países em desenvolvimento. De acordo com Guterres, apenas 19% das mulheres têm acesso à rede em países menos desenvolvidos.
Por fim, o chefe da ONU também destacou que o ambiente digital deve ser seguro para mulheres e meninas, ressaltando que a desinformação misógina é amplamente publicada nas plataformas de mídia social.