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ONU fala em “tragédia” na Ucrânia e rechaça uso de força nuclear

Líderes pedem cessar-fogo e defendem diálogo diplomático para pôr fim aos conflitos. Entidade criticou uso de armas contra civis

atualizado

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Anton VergunTASS via Getty Images
Um veículo militar russo é visto perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk
1 de 1 Um veículo militar russo é visto perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk - Foto: Anton VergunTASS via Getty Images

Durante a sessão emergencial da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia foi alvo de severas críticas por ter invadido a Ucrânia e promovido uma série de bombardeios nos últimos cinco dias.

Líderes estão reunidos no início da tarde desta segunda-feira (28/2) na sede da ONU, em Nova York. O entendimento dos chefes da entidade é que o conflito fere a lei internacional.

Abdulla Shahid, presidente da Assembleia Geral da ONU, defendeu um cessar-fogo imediato. “Temos de parar a guerra imediatamente”, frisou. Segundo ele, a negociação é “uma janela de diálogo, uma sombra de esperança”.

“Temos de dar uma oportunidade para a paz. Armas são melhores quando não usadas”, discursou Shahid.

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O mais jovem membro do parlamento ucraniano, Sviatoslav Yurash, de 26 anos, é visto armado para defender seu país, quando os ataques da Rússia à Ucrânia entraram no quarto dia. Kiev, Ucrânia, em 27 de fevereiro de 2022
Uma visão dos danos causados pelo conflito armado entre Rússia e Ucrânia. Imagem mostra a região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sob o controle de separatistas pró-russos, em 27 de fevereiro de 2022
Militares ucranianos patrulham durante um toque de recolher. Forças russas continuam avançando no terceiro dia em Kiev, Ucrânia, em 27 de fevereiro de 2022
Militares ucranianos patrulham durante um toque de recolher. Forças russas continuam avançando no terceiro dia em Kiev, Ucrânia, em 27 de fevereiro de 2022
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Fumaça é vista subindo por trás de edifícios após bombardeios, em 27 de fevereiro de 2022, em Kiev, Ucrânia. Explosões e tiros foram relatados em torno da capital do país. A invasão da Ucrânia pela Rússia, que matou dezenas de pessoas e é amplamente condenada por líderes americanos e europeus, continua

Pierre Crom/Getty Images
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O mais jovem membro do parlamento ucraniano, Sviatoslav Yurash, de 26 anos, é visto armado para defender seu país, quando os ataques da Rússia à Ucrânia entraram no quarto dia. Kiev, Ucrânia, em 27 de fevereiro de 2022

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images
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Uma visão dos danos causados pelo conflito armado entre Rússia e Ucrânia. Imagem mostra a região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sob o controle de separatistas pró-russos, em 27 de fevereiro de 2022

Leon Klein/Agência Anadolu via Getty Images
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Militares ucranianos patrulham durante um toque de recolher. Forças russas continuam avançando no terceiro dia em Kiev, Ucrânia, em 27 de fevereiro de 2022

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images
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Militares ucranianos patrulham durante um toque de recolher. Forças russas continuam avançando no terceiro dia em Kiev, Ucrânia, em 27 de fevereiro de 2022

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lamentou o momento que a Ucrânia tem vivido, com civis como alvo. “Essa situação é completamente inaceitável. Os soldados devem sair das trincheiras e os líderes buscarem a paz”, defendeu.

E acrescentou: “Estamos encarando na Ucrânia uma tragédia. Colocar forças nucleares é repugnante. Nada deve justificar um conflito nuclear”. Guterres agradeceu os países que acolheram refugiados.

Guterres pediu moderação e defendeu que a reunião entre Ucrânia e Rússia se transforme em um efetivo fim da guerra. “Espero que se construa uma solução diplomática”, frisou.

A sessão emergencial foi aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A movimentação político-diplomática é represália após uma resolução que exigia a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada por causa de somente um voto contra, que veio justamente da Rússia. A Assembleia Geral das Nações Unidas conta com 193 membros.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê a possível entrada do vizinho na organização como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Convocação é rara

A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo, político e representativo das Nações Unidas. Tem como principal função discutir o direito internacional. Reúne-se anualmente, entre setembro e dezembro, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

É função do encontro tomar medidas em casos de ameaça ou violação da paz ou ato de agressão, na eventualidade de o Conselho de Segurança ficar impedido de agir devido ao voto negativo de um membro permanente — foi o que aconteceu com o veto da Rússia. Nesses casos, a Assembleia pode analisar o assunto imediatamente e recomendar medidas coletivas para manter ou restaurar a paz e segurança internacionais.

Para aprovar a resolução, eram necessários ao menos nove votos. O texto conseguiu o apoio de 11 nações — inclusive do Brasil. Contudo, a Rússia votou contra e vetou a medida. China, Emirados Árabes Unidos e Índia se abstiveram.

O Conselho de Segurança é composto por 15 nações, sendo cinco permanentes. Por ser membro permanente, a Rússia tem poder de veto. O país também exerce a presidência do órgão neste momento.

Mapa regiões atacadas Ucrânia
Mapa ilustra os locais onde o país foi atacado

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