ONU eleva para 5 número de mortos em protestos na Venezuela
De acordo com a ONU, três menores morreram, dois de 15 e um de 16 anos, e de outros dois adultos; 10 jornalistas ficaram feridos
atualizado
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Pelo menos cinco manifestantes morreram, três deles menores de idade, e 239 ficaram feridos durante os protestos na Venezuela após a revolta liderada pelo líder opositor Juan Guaidó, segundo números divulgados nesta sexta-feira (03/05/2019), em Genebra por uma porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Os manifestantes foram mortos a tiros por grupos pró-governo durante os protestos organizados nos dias 30 de abril e 1º de maio, elevando assim para 49 o número de mortes em manifestações antichavistas neste ano, segundo dados apresentados pela porta-voz do Escritório do ACNUDH, Ravina Shamdasani.
Entre as vítimas estão um adolescente de 15 anos morto no Estado de Mérida, dois jovens de 16 e 24 anos em Aragua e outros dois de 15 e 27 anos que faleceram após os protestos organizados no dia 1º de maio na praça de Altamira, em Caracas.
“Seguimos com grande preocupação a situação na Venezuela”, afirmou Ravina, lembrando que as autoridades venezuelanas devem garantir “que não se faça uso excessivo da força e que as operações sejam conduzidas por forças de segurança”, em vez de grupos populares armados conhecidos como “coletivos”. A fonte oficial também informou que pelo menos dez jornalistas ficaram feridos quando cobriam os protestos de 1º de maio, cinco deles por arma de fogo.
Leopoldo López
No entanto, Shamdasani não quis comentar a atual situação do líder opositor Leopoldo López, atualmente abrigado na embaixada da Espanha e para quem foi emitida uma ordem de detenção, depois de no dia 30 de abril ter sido libertado por militares ao comando de Guaidó.
O porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Babar Baloch, declarou na mesma entrevista que López se encontra na embaixada espanhola na condição de “convidado” e não como solicitante de asilo.
Ravina mencionou o caso do parlamentar venezuelano Gilber Caro, em paradeiro desconhecido desde 26 de abril, destacando que sua detenção violou sua imunidade parlamentar e as leis internacionais contra os desaparecimentos forçados.
“Preocupa-nos especialmente sua situação, já que ele corre alto risco de ser torturado ou sofrer maus-tratos”, explicou, lembrando que Caro se reuniu em março com representantes do ACNUDH durante uma visita destes ao país para preparar uma possível viagem da alta comissária Michelle Bachelet./ EFE