metropoles.com

ONU e OMS criticam revogação do direito ao aborto nos Estados Unidos

“Eu esperava que os Estados Unidos protegessem esses direitos”, frisou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
reprodução Twitter Organização Mundial da Saúde
retrato doutor tedros da oms, colorido
1 de 1 retrato doutor tedros da oms, colorido - Foto: reprodução Twitter Organização Mundial da Saúde

A revogação do direito ao aborto nos Estados Unidos foi duramente criticada pelo alto escalão da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom (foto em destaque), se disse decepcionado e defendeu que os direitos das mulheres devem ser protegidos.

“Eu esperava que os Estados Unidos protegessem esses direitos”, disse Tedros à agência internacional de notícias Reuters. Em um tuíte, Adhanom escreveu que “aborto seguro salva vidas”. Leia:

Na mesma tendência, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, classificou a decisão da Suprema Corte norte-americana como “um duro golpe aos direitos humanos das mulheres e à igualdade de gênero”.

“O acesso ao aborto seguro, legal e eficaz está firmemente enraizado no direito humano internacional e é fundamental para a autonomia das mulheres e sua capacidade de fazer suas próprias escolhas”, escreveu Bachelet em nota.

A decisão

A reação ocorre após a derrubada de uma decisão federal que garantia o direito das mulheres a abortarem legalmente no país. A medida estava em vigor há 49 anos e foi suspensa nesta sexta-feira. A anulação teve 6 votos a favor e 3 contra.

A Corte concedeu validade a uma lei criada em 2018, no estado do Mississipi, que veta a interrupção da gravidez após a 15ª semana de gestação, mesmo em casos de estupro. Os juízes usaram esse caso como argumento para derrubar a decisão de 1973, conhecida como Roe vs. Wade, que liberou o procedimento no país.

Nos anos 1970, os magistrados consideraram que a realização de aborto estaria vinculada ao direito à privacidade; assim, os governos não poderiam interferir em uma escolha de foro íntimo da mulher — a de manter ou não uma gestação. O direito à privacidade é garantido por duas emendas à Constituição dos EUA, a nona e a 14ª.

Já nesta sexta-feira (24/6), a maioria dos magistrados adotou posição oposta: considerou que relacionar o procedimento com o direito à privacidade não faz sentido.

A decisão vazou em maio. Na prática, ela representa uma vitória para o partido Republicano e as alas conservadoras e religiosas do país, que pretendiam proibir a interrupção legal da gravidez.

Biden reage

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manifestou-se contra a decisão da Suprema Corte de derrubar o dispositivo que permitia o aborto legal. O chefe da Casa Branca defendeu a criação de uma lei federal pelo Congresso para garantir esse direito.

Nesta sexta-feira, Biden convocou protestos pacíficos e pediu que os eleitores norte-americanos escolham políticos pró-aborto no pleito de novembro.

“Aqueles que são contra essa decisão: mantenham os protestos de forma pacífica, sem confronto. Estamos frustrados com o direito que foi retirado. Vamos falar sobre isso nas próximas semanas”, frisou.

Visivelmente irritado, o líder estadunidense condenou a decisão, e disse: “Mulheres serão obrigadas a ter filhos de estupradores”. O presidente ainda emendou: “A Justiça ou os políticos não podem interferir na decisão entre uma mulher e um médico”.

Segundo o presidente norte-americano, “é muito perigoso esse caminho que a Corte nos levou a tomar hoje”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?